BAURU

Prefeitura apura se captação no Rio Batalha por empresa é legal

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Acima e abaixo, captura de imagem do vídeo gravado por servidor que mostra caminhão da empresa retirando água
Acima e abaixo, captura de imagem do vídeo gravado por servidor que mostra caminhão da empresa retirando água

A Prefeitura de Bauru formalizou ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) de São Paulo e também à Polícia Ambiental uma denúncia para apurar se a multinacional Bracell, com sede em Lençóis Paulista (48 quilômetros de Bauru), retira água do rio Batalha sem autorização para tanto.

A decisão foi tomada nesta quinta-feira (8) horas depois de um funcionário do Departamento de Água e Esgoto (DAE) encontrar um veículo da gigante de celulose captando recursos hídricos do Batalha a 9 quilômetros da lagoa de captação de água.

Nas imagens recebidas pelo DAE é possível observar também a mangueira utilizada para retirar água do leito.

Em nota encaminhada ao JC na noite desta quinta-feira, a Bracell afirmou que "todos os pontos de captação utilizados são outorgados conforme determina a regulamentação".

A denúncia às autoridades foi protocolada justamente no dia em que Bauru completou três meses desde o início do racionamento de água àqueles abastecidos pela lagoa de captação do Rio Batalha. O sistema de rodízio começou em 9 de maio e ainda não tem data para acabar.

O JC apurou que a prefeitura busca informações sobre se a Bracell possui ou não outorga para captar água do Batalha e, se houver, qual é exatamente o volume de retirada permitido.

Servidores do alto escalão do governo também afirmaram ao JC em caráter reservado que a administração deve pedir o cancelamento da outorga de captação de água caso ela exista. A avaliação é de que a situação de emergência hídrica que Bauru enfrenta exige priorizar ações ao município.

A situação se repete diuturnamente, informaram pessoas com conhecimento do assunto à reportagem. O caminhão-pipa utilizaria a água captada do Batalha para irrigar a plantação de eucalipto, matéria-prima da celulose. O veículo filmado pelo governo carrega até 20 mil litros e estava sob a condução de um funcionário da multinacional.

Bauru completa 3 meses de rodízio

Bauru completa nesta sexta-feira (9) três meses de racionamento de água na região do município abastecida pela lagoa de captação do Rio Batalha. O sistema começou em 9 de maio e não tem prazo para terminar.

O racionamento a princípio previa três dias de desabastecimento, mas a estiagem prolongada piorou a crise hídrica e forçou o DAE a ampliar em mais um dia o período de torneiras secas.

Hoje os bairros abastecidos pelo Batalha estão divididos em três grandes grupos que alternam entre si os dias de recebimento de água. O sistema Batalha é responsável por nada menos que 27% do abastecimento do município.

Moradores de alguns bairros, porém, chegaram a ficar mais de 10 dias sem água e até atearam fogo em pneus em protesto contra a escassez hídrica.

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