CRIME ORGANIZADO

PCC planeja se infiltrar nas eleições municipais; São José é alvo

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Editor-chefe de OVALE
Polícia Civil/Divulgação
Operação foi deflagrada em 15 cidades do estado
Operação foi deflagrada em 15 cidades do estado

São José dos Campos e Ubatuba estão na rota da Operação Decurio, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (6) para combater a infiltração de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas eleições municipais. Além de mandados de busca e apreensão e de prisão, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 8 bilhões das contas dos investigados -- os nomes não foram revelados.

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Nesta terça, uma força-tarefa formada por aproximadamente 400 policiais cumpriu 20 mandados de prisão temporária e 60 de busca e apreensão em 15 municípios paulistas -- além de São José e Ubatuba, foram cumpridos mandados em São Paulo, Mogi das Cruzes, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Sorocaba e Campinas.

"O objetivo é desmantelar uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes, como a infiltração de integrantes da facção em cargos públicos", informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo. Até o momento, 13 pessoas foram presas. Além disso, 20 celulares, sete veículos, três armas de fogo, R$ 25 mil e US$ 4,6 mil, bem como diversos relógios de luxo foram apreendidos na Operação Decurio.

De acordo com a polícia, as investigações identificaram um projeto de infiltração de integrantes do PCC, facção criada no Vale do Paraíba, nas eleições municipais, lançando candidatos -- os nomes não foram divulgados. O plano de infiltração do PCC em cargos públicos está previsto na 'Cartilha do PCC', criada após os ataques da facção criminosa em maio de 2006, cuja existência foi revelada pelo jornalista Guilhermo Codazzi, hoje editor-chefe de OVALE.

Investigação.

Segundo a polícia, as investigações se iniciaram após a prisão de uma mulher responsável por guardar drogas na região de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Os policiais descobriram que ela é esposa de um líder de uma facção criminosa e servia como meio de comunicação entre os integrantes presos com os que continuam nas ruas.

Por meio da apreensão de cartas, documentos e aparelhos eletrônicos, os investigadores identificaram diversos membros do bando e conseguiram os mandados expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Direitos da Capital.

No decorrer das investigações, as equipes ainda descobriram um esquema estruturado, feito pela organização criminosa, para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Além disso, foi possível identificar um projeto de infiltração de integrantes da quadrilha nas eleições municipais, lançando candidatos aos cargos em disputa. Até o momento, ao menos uma servidora municipal foi identificada como membro do alto escalão do bando.

A Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes é a responsável pela Operação Decurio, que ainda está em andamento.

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