GOLPE DA GRAXA

Golpe no Centro de Jundiaí vira alerta para o comércio da região

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 4 min
JORNAL DE JUNDIAÍ
Eles foram conduzidos por GMs ao Plantão Policial, onde o delegado prendeu os três
Eles foram conduzidos por GMs ao Plantão Policial, onde o delegado prendeu os três

Três homens foram a uma barbearia no Centro de Jundiaí, por volta das 13 horas desta terça-feira (16), e ofereceram ao proprietário um serviço de manutenção, com limpeza e engraxamento da porta da frente, que é de ferro. O valor do serviço, apenas R$ 35, seduziu o comerciante, que concordou em pagar e autorizou o trio a iniciar o trabalho. O que o barbeiro não sabia, porém, é que neste momento ele estava levando para dentro de seu estabelecimento três possíveis estelionatários, suspeitos de aplicar golpes deste tipo em vários comércios não só em Jundiaí, como também na região e em outras cidades do interior e da capital do estado. No modo de operação, durante o falso serviço eles criam empecilhos para a conclusão do trabalho, inventando peças quebradas e a necessidade de trocá-las ou consertá-las. Desta forma, criam valores adicionais e exigem o pagamento, caracterizando o golpe.

No caso desta tarde, em Jundiaí, no decorrer da suposta manutenção, os suspeitos informaram ao barbeiro que a mola da porta havia se rompido e quebrado, e que para arrumar ficaria em torno de R$ 800. Sem que a vítima autorizasse, eles saíram do local com a peça e voltaram cerca de meia hora depois, dizendo que haviam efetuado o conserto, colocando a mola no lugar e passando a exigir o pagamento dos R$ 800.

A vítima, por sua vez, passou a contestar o valor, dizendo que eles haviam garantido que era só uma manutenção (pelo valor de R$ 35), e que não dispunha de R$ 800. Fazendo-se parecer complacentes, eles então disseram que aceitariam dar um desconto, cobrando pelo serviço R$ 550.

O barbeiro concordou em fazer o pagamento em 3x no cartão de crédito e assim o fez, diretamente na maquininha Pagseguro dos suspeitos. Ocorre que, tão logo concluiu a transação bancária, a vítima ficou desconfiada que havia sofrido um golpe e ligou para a Guarda Municipal, solicitando ajuda para averiguação.

GMs foram ao local e abordaram os três suspeitos, conduzindo-os ao Plantão Policial. O caso foi atendido pelo delegado Anselmo Carvalho Santalena, que prendeu os três por estelionato. "Estamos diante de um caso, aqui, da 'quadrilha do estelionato da graxa' ou 'quadrilha do portão de dobrar'. Como há diversos casos semelhantes e muita gente não fez Boletim de Ocorrência, é importante ser divulgado para alertar possíveis vítimas", disse Santalena.

Comerciantes que tenham identificado a forma de atuação da quadrilha e sido vítimas desse modelo de golpe em Jundiaí e região, devem comparecer a qualquer delegacia para registrar a ocorrência, citando o 'BO JR5271/24', do 1º DP de Jundiaí, para auxiliar nas investigações.

Segundo informou o delegado ao Jornal de Jundiaí, os três suspeitos permaneceram calados na delegacia e não revelaram em que cidade moram.

OUTROS CASOS

Em Campo Limpo Paulista

Em março deste ano uma comerciante da Vila Tavares, na região central de Campo Limpo Paulista, também foi vítima desse tipo de golpe e, não só registrou o Boletim de Ocorrência, como relatou no documento que tinha conhecimento de que outros comerciantes da cidade também haviam sido vítimas. Na ocasião ela contou à polícia que um homem ofereceu a ela o serviço de manutenção e engraxamento da porta, mas, depois, relatou um suposto problema, devendo então ser feito um reparo na porta pelo valor de R$ 130.

Tendo em vista o valor baixo, a vítima concordou que fosse realizado o reparo no local, mas, sem seu consentimento, o suposto reparador e seus ajudantes retiraram a porta. A essa altura, sem opção, ela concordou que a porta fosse levada para o devido conserto.

Com o tempo passando e a preocupação com a demora na devolução, ela entrou em contato com o reparador, que lhe informou que o valor total agora já estava em R$ 4.290. Não bastasse, ele ainda condicionou a devolução e reinstalação da porta, ao pagamento.

Temendo que o estabelecimento ficasse aberto e exposto, a vítima foi pressionada a aceitar e, no mesmo dia, já perto das 19 horas, o filho do reparador compareceu ao local acompanhado de outros homens e recolocaram a porta - ela acabou pagando 2.900, parcelados em 5x.

Após a instalação e o pagamento, a vítima verificou que o serviço prestado foi de uma troca de uma mola, não condizendo com o valor cobrado. Depois do ocorrido, ela tomou conhecimento de que vizinhos também passaram pela mesma situação, o qual o grupo exige o pagamento imediato para entrega da porta.

Na Mooca, em São Paulo

No dia 20 de junho uma comerciante da Mooca, em São Paulo, registrou Boletim de Ocorrência, em que relatou: "Solicitei o serviço de aplicação de graxa em uma porta comercial de correr à um rapaz que passou alguns dias atrás, ofertando o serviço. Via Whatsapp, ele me sugeriu a manutenção completa por R$65. Hoje (no dia 20 de junho), ele veio até aqui, disse que a porta estava com outros problemas, retirou a porta e falou que a levaria até o estabelecimento dele para orçar. Informei que o imóvel era alugado e eu não poderia fazer nada, sem autorização, mas mesmo assim ele levou. Agora, ele está me extorquindo, dizendo que só irá devolver a porta mediante o pagamento de R$2380. Tenho informação de ações muito similares com duas pessoas (comerciantes) da região".

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