GOALBALL

Professor do Peama é convocado para as Paralimpíadas pela 4ª vez

Por Luana Nascimbene |
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O técnico comandou o Brasil em três participações de Paralimpíadas e subiu ao pódio em todas elas
O técnico comandou o Brasil em três participações de Paralimpíadas e subiu ao pódio em todas elas

O professor do Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas (Peama) de Jundiaí, Alessandro Tosim, de 48 anos, vai representar a seleção brasileira nas Paralimpíadas de Paris 2024 pela quarta vez na sua carreira. O jundiaiense foi convocado para ser o técnico da equipe feminina de goalball durante o ciclo paralímpico.

Treinador histórico da seleção brasileira masculina de goalball, Tosim chegou ao cargo de treinador da “Amarelinha” em 2009, após passagem marcante pela equipe competitiva do Peama Jundiaí. “Minha trajetória começou no Peama, em 2000, com turmas de iniciação do goalball. Ao longo dos anos, o time começou a disputar competições nacionais e se destacar no cenário. Em 2009 recebi minha primeira convocação para a seleção brasileira masculina e, dali em diante, conquistamos todos os títulos de âmbito mundial”, disse o jundiaiense.

O técnico comandou o Brasil em três participações de Paralimpíadas e subiu ao pódio em todas elas. Na estreia, em 2012, a seleção brasileira conquistou medalha de prata em Londres; em 2016, no Rio de Janeiro, ficou com o bronze e, na última participação, em 2021, levou o tão sonhado ouro em Tóquio. Após todos os feitos, Tosim decidiu deixar o comando da seleção e, logo em seguida, foi convidado para ser coordenador da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e aceitou a proposta.

Esse ano, Tosim terá o desafio de conquistar uma medalha inédita em uma paralimpíada com a seleção brasileira feminina.

A caminhada rumo ao pódio começou com reviravoltas e a convocação do Brasil para a Paralimpíada de Paris pegou toda a equipe de surpresa. “Eu recebi o convite para ser treinador da seleção feminina após os Jogos Parapan-Americanos do Chile no final do ano passado. Na ocasião, o Brasil não teve um bom desempenho e não conseguiu a classificação para as Paralimpíadas e eu assumi o comando acreditando que só iríamos disputar a competição em 2028. Porém, conseguimos garantir a vaga após as seleções africanas não cumprirem com os critérios do Comitê Paralímpico e, por conta da nossa posição no ranking, fomos convidados para ocupar essa vaga deixada”, explicou o treinador.

Por isso, a vaga veio de surpresa e “no sufoco”, e foi muito comemorada por todas as atletas. “Eu estava no meu terceiro dia como novo treinador da seleção e, como acompanhava os bastidores, fiquei sabendo da nossa convocação no meio de um treino. Chamei as meninas para conversar e pedi para elas arrumarem as malas que iríamos para Paris. E isso pegou todo mundo de surpresa. E foi aquela choradeira e alegria das meninas”, comemorou o treinador.

PREPARAÇÃO

Tosim revelou que, ao chegar na seleção, encontrou uma equipe abalada e desconfiada e seu maior objetivo era reverter essa situação. “Eu tinha em mente que meu trabalho principal seria recuperar a confiança e mudar o espírito das atletas e com muito treino e dedicação isso foi e continua sendo feito”, explicou.

Em sua primeira competição, o jundiaiense comandou a seleção feminina na Malmö Cup, na Suécia, no mês passado, um dos principais testes antes do início do ciclo paralímpico. O torneio reuniu todas as seleções que vão disputar a Paralimpíada, com exceção de Israel. “Foi uma competição de alto nível, onde vencemos grandes potências do goalball mundial. Na final, fomos derrotados pelo Japão, por 2 a 1, no finalzinho da partida e por mínimos detalhes”.

Chegando em sua 6ª semana de preparação antes de embarcar para Paris, Tosim afirma que o objetivo é conquistar o tão sonhado pódio com a seleção feminina e revela que está bem confiante com o trabalho que está sendo feito. “Hoje eu vejo uma seleção muito confiante e muito diferente do que era no início. É um time que evoluiu muito. Tenho certeza que se as atletas sonharem e acreditarem nelas mesmas, vamos voltar para o Brasil com a medalha”, disse Tosim.

Os Jogos Paralímpicos de Paris começam no dia 28 de agosto. Na fase de grupos, a seleção brasileira vai enfrentar: Turquia, China e Israel. “O goalball feminino sempre foi muito parelho, não tem jogo fácil. Todas as partidas serão difíceis e dá para falar que a competição será uma incógnita”, completou o treinador.

Além de técnico da seleção brasileira feminina, Tosim também atua como professor de caratê e goalball do Peama Jundiaí, é coordenador de categorias de base da CBDV e coordenador do curso de educação física do Unianchieta.

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