TRATAMENTO

Antes tabu, cuidado com saúde mental ganha força entre atletas

Em meio à toda exposição e pressão que atletas são submetidos, o acompanhamento psicológico passou a ser reconhecido como essencial

Por Luana Nascimbene | 14/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

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Psicóloga do Paulista, Giovanna Silva afirma que as mudanças que a terapia causa na vida do atleta são nítidas
Psicóloga do Paulista, Giovanna Silva afirma que as mudanças que a terapia causa na vida do atleta são nítidas

Antes tratado como tabu e dispensável por equipes e profissionais de áreas esportivas, a atenção com a saúde mental ganhou força entre atletas nos últimos anos. Em meio à toda exposição e pressão que essas pessoas são submetidas, o acompanhamento psicológico passou a ser reconhecido como essencial e vem sendo um assunto cada vez mais falado abertamente.

Não é comum imaginar que, em épocas passadas, atletas de alto rendimento pudessem falar abertamente sobre saúde mental e os problemas que afetam seu desempenho em jogos e competições. A questão passou a ganhar mais força recentemente e, um exemplo que repercutiu no mundo do esporte foi quando o atacante brasileiro Richarlison revelou que precisou buscar ajuda psicológica após enfrentar problemas emocionais que estavam o afetando também dentro de campo.

Outro exemplo que repercutiu no mundo todo foi quando a ginasta Simone Biles desistiu de competir por medalhas nas Olimpíadas de Tóquio 2020 por problemas com sua saúde mental. Em entrevista coletiva, na época que anunciou a desistência da competição, a atleta afirmou que os Jogos têm sido estressantes e que sentiu que precisava focar em seu bem-estar. "Acho que a saúde mental é mais importante nos esportes nesse momento. Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos, e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos."

A psicóloga das equipes femininas do Paulista, Giovanna Silva de Mello é especializada em psicologia esportiva e explica que busca por tratamento para questões de saúde mental deixou de ser um tabu e as mudanças que a terapia causa na vida do atleta são nítidas. "Eu fico muito feliz por sentir que é um espaço que foi aberto. Depois que a gente conquista algo, ele passa a ser essencial, ainda mais quando os próprios jogadores narram isso em entrevistas, na televisão e nas redes sociais, mostrando a diferença que a terapia traz para a vida deles. É um assunto que vem tomando uma proporção maior e as pessoas vêm tendo conhecimento, principalmente porque os atletas não têm mais aquele bloqueio em falar abertamente sobre saúde mental", ressalta a especialista.

A profissional ainda explica que problemas emocionais afetam diretamente o rendimento do atleta, e a preparação física e mental devem andar juntas. "Os atletas precisam saber lidar com as adversidades, seja dentro ou fora de campo, para que os problemas não impactem diretamente no desempenho em jogo, porque isso é afetado diretamente e é notável que, nesses casos, o rendimento diminui. E a psicologia faz essa função do manejo das emoções humanas. O profissional da psicologia analisa, avalia e identifica a necessidade de cada atleta e, a partir disso, promove a mudança necessária, auxiliando na concentração, autoconfiança, motivação, em como lidar com frustração, ansiedade, estresse e o medo do erro que pode influenciar no desempenho em campo. Consequentemente, com um trabalho bem orientado, planejado, e desenvolvido de forma multidisciplinar, os resultados aparecem e fazem a diferença", diz Giovanna.

1 COMENTÁRIOS

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  • Claire dariva
    14/04/2024
    Excelente matéria. Em se tratando de futebol feminino, carece muito mais de apoio psicológico. Clubes que não investem hoje, vai ficar pra traz em pouco tempo. Importante salientar que o ex-diretor de futebol Wilson foi quem implementou tudo isso. O sonho dele era unir educação, saúde, esporte e família. Uma pena que o apoio que ele precisava não veio….