ANVISA

Mocinho e vilão, álcool líquido 70% volta a ser proibido

O produto, que tem muitos consumidores fiéis, tinha comercialização proibida no país desde 2002, pelo risco de acidentes; álcool em gel 70% continuará com comercialização normal

11/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Jornal de Jundiaí

O produto pode desaparecer a qualquer momento das prateleiras de mercados, como aconteceu em 2002
O produto pode desaparecer a qualquer momento das prateleiras de mercados, como aconteceu em 2002

Até o fim do mês, o Brasil voltará a não ter venda de álcool líquido 70%. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto, que tinha comercialização proibida há mais de 20 anos, mas voltou temporariamente às prateleiras durante a pandemia de covid-19, só teve venda permitida até 31 de dezembro do ano passado. O que se tem hoje nos mercados é um estoque de varejistas, que deve acabar até o fim deste mês ou, na toada de vendas, até antes. Isso porque o álcool líquido 70% virou item essencial na casa de muitas pessoas desde a pandemia.

Usado principalmente para higiene e limpeza, o álcool líquido 70% é bastante inflamável e já causou diversos acidentes domésticos pelo uso incorreto, como para acender churrasqueiras, motivo pelo qual foi proibido. No lugar, era permitida a venda apenas de álcool em gel nesta concentração ou líquido em graduação mais baixas, como o 54°GL. Mas, com o retorno do produto na pandemia, o costume do uso foi retomado por muitas pessoas, inclusive com hábitos criados no próprio período, como a higienização de compras.

USOS

O álcool 70% em gel continuará sendo vendido, mas, a depender do uso, não agrada a todos. Este é o caso da professora aposentada Margarete Fonseca Frossa, de 62 anos. "Tenho o álcool em gel, que carrego na bolsa para usar em alguma eventualidade, porque está mais difícil encontrar dispensers, como havia na pandemia. O líquido, eu acho muito bom, porque uso para passar na pele se há alguma alergia, alguma feridinha, ele é desinfetante, então uso para limpar pia, mesa, tudo que precisa higienizar. Para isso, não gosto do gel, porque se você passa em uma mesa de vidro, por exemplo, fica pegajoso, já o líquido, evapora."

Margarete conta que o álcool 54°GL também é perigoso e o risco diz respeito à imprudência de quem usa, como no caso de acender churrasqueiras. "Tenho uma filha que hoje tem 30 anos, mas, quando tinha 15, pegou alguns cadernos e foi colocar fogo. Ela jogou álcool e era o mais fraco, mas na hora que ela jogou o fósforo, gerou uma explosão. Graças a Deus não foi grave", lembra.

TRABALHO

Tatuador, Anderson Moreira, de 34 anos, conta que faz uso do álcool líquido 70% em casa e no trabalho e agora voltará a usar o álcool em gel. "O álcool 70% é o melhor para higienização, porém, ele tem um alto poder inflamável. Antes da pandemia já era proibido e sempre fiz o uso do gel 70%. Acredito que agora voltará a ser a mesma rotina de antes, o que acontece é que muitas pessoas acostumaram a fazer o uso do álcool 70% líquido e estão estranhando a proibição", diz ele lembrando que o líquido com concentração de 70% era proibido desde 2002.

O tatuador diz que antes da pandemia fazia uso do álcool em gel, mas que era possível encontrar o líquido em comércios específicos. "O álcool em gel 70% continuará à venda normalmente e isso, para limpeza de macas, bancada, pele dos clientes, será normal na minha rotina."

1 COMENTÁRIOS

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  • Joao
    12/04/2024
    Governo infeliz está fazendo pior que bolsonaro. Não dá a vacina mais para o público geral e nem deixa vender. Ou seja, está proibido tomar vacina.