MARÇO LILÁS

A saúde feminina e a prevenção do câncer de colo do útero

A doença é a segunda mais comum entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atrás apenas do câncer de mama

Por Rafaela Silva Ferreira | 19/03/2023 | Tempo de leitura: 2 min

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Durante o Março Lilás, as mulheres são incentivadas a conversarem com seus médicos sobre a prevenção
Durante o Março Lilás, as mulheres são incentivadas a conversarem com seus médicos sobre a prevenção

O mês de março é marcado pela campanha Março Lilás, que tem como objetivo conscientizar as mulheres sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero. Esta doença é a segunda mais comum entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atrás apenas do câncer de mama.

Durante o Março Lilás, as mulheres são incentivadas a conversarem com seus médicos. Isso inclui a realização de exames, como o Papanicolau, que ajuda a detectar precocemente a doença. Além disso, é importante que as mulheres saibam dos fatores de risco que podem aumentar a chance de desenvolver tumores, assim como infecções crônicas por HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), fumo, uso de anticoncepcionais hormonais e obesidade.

De acordo com a ginecologista e obstetra Helena Patrícia Donovan Giraldo, da Faculdade de Medicina, a necessidade de realizar exames de rastreamento é muito importante. "Mulheres que se submetem a exame ginecológico e coleta de colpocitologia oncológica (exame de papanicolau) têm a oportunidade de fazer diagnóstico de lesões precursoras do câncer de colo uterino e tratá-las antes que progridam", explica.

A médica ainda pontua que a colpocitologia oncológica é indicada para todas as mulheres a partir dos 25 anos de idade e anualmente. Se houver dois exames negativos com intervalo anual, pode ser coletado a cada três anos. "O exame de pesquisa do DNA do vírus HPV é o causador dessa neoplasia em 95% dos casos. Esse exame tem custo efetivo e pode ser coletado a cada cinco anos, porém a disponibilidade aqui no Brasil ainda é um pouco limitada."

Quando questionada sobre a prevenção da doença, Helena explica que a vacinação contra o vírus do HPV é a mais suscetível a dar certo. "Essa é uma forma muito segura e efetiva de prevenção das lesões precursoras e neoplasia do colo uterino. É recomendada para mulheres de 9 a 45 anos. No âmbito do SUS é oferecida para as idades de 9 a 14 anos, em duas doses e de 9 a 45 anos para pessoas portadoras de imunodeficiência, em três doses a partir dos 15 anos."

O tratamento para o câncer de colo de útero depende do estadiamento, ou seja, do grau de proliferação e extensão da doença. Consiste de cirurgia, radioterapia e braquiterapia. A cura é possível principalmente em casos iniciais que foram detectados precocemente.

A doença apresenta sintomas somente em fase mais avançada, que pode causar sangramento vaginal excessivo e fora do período menstrual ou após relações sexuais. Pode também apresentar dor pélvica, descarga vaginal abundante, com odor fétido, e emagrecimento.

Em 2020 estimou-se uma prevalência de 410.809 casos e incidência de 604.000 casos, com 340.000 mortes por câncer de colo uterino mundialmente. No Brasil, a prevalência dessa doença foi de 12.991 casos, sendo diagnosticados mais de 17.743 novos casos e 9.168 mortes. Para o ano de 2023 estima-se 17.010 novos casos, o que representa um risco de 13,25% de casos a cada 100.000 mulheres.

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