Divisor de águas

29/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Desde janeiro que minha querida Élide Merfert, nas reuniões da Pastoral da Mulher/ Magdala, comenta que o Pe. Márcio Felipe de Souza Alves, Reitor do Santuário Diocesano Santa Rita de Cássia, foi um divisor de águas em sua vida. Naquele mês, recebeu, das mãos dele, ainda na Catedral Nossa Senhora do Desterro, onde nasceu a Pastoral em 1982, a Primeira Comunhão. A partir do Pe. Márcio Felipe, no seu anúncio forte de que fomos feitos para a Eternidade, abriu mão de muitas coisas em sua vida e hoje, como cada um de nós, procura ser melhor para Deus. É tão franca em suas dificuldades emocionais e espirituais! E quem não as tem?

No sábado, 24 de dezembro, no Carmelo São José, foi a Primeira Missa do Pe. Ismael Félix, ordenado no dia anterior em Santana do Parnaíba por nosso querido Bispo Diocesano Dom Arnaldo Carvalheiro Neto. Pediu, o Pe. Ismael, a seu amigo Frei Pedro, dos Agostinianos, que fizesse a homilia. Todas as colocações muito profundas e em uma delas me fez recordar o Pe. Márcio Felipe e o termo "divisor de águas", que a Élide tanto usa. "Ser Sacerdote com certeza é carregar a Cruz, mas é ter a certeza de que quando desço do altar, mais do que nunca vou estar nas mãos de Maria, do mesmo modo que ela recebeu seu Filho em seus braços descido da Cruz. (...) Temos portanto as palavras do Venerável Fulton Sheen (1895-1979): 'Ensina-nos Ela que foi vítima com seu Filho, a nunca descermos do altar com as mãos brancas e sem feridas, sem carregarmos em nossos corações as dores de nosso rebanho, as nossas dores, as cruzes nossas e as que nos são confiadas, para que o Senhor veja em nossas mãos, pés, lado e coração as marcas de sua Paixão. Como diz o profeta Isaías: talhei tua imagem nas palmas de minhas mãos. Assim como o Cristo, nosso sacerdócio deve ser esvaziamento, esvaziamento de nós mesmos para irmos ao encontro de nossos irmãos'."

No dia seguinte, na Missa do dia 25, no Santuário Santa Rita de Cássia, o Pe. Márcio Felipe, dentre as colocações em sua homilia, referindo-se ao Evangelho de São João (1, 4): "E a Palavra se fez carne e habitou entre nós", convidou-nos para que nos façamos Carne de Cristo.

Santo Agostinho, sobre a Primeira Epístola de São João, comenta: "Portanto, a Vida manifestou-Se na carne, para que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto também com os olhos e desta forma sarasse os corações".

Tenho refletido, no final deste ano, sobre o quanto é importante ter acesso a pessoas realmente comprometidas com a sabedoria do Céu, que recebem de Deus a missão confiada a Moisés das águas partidas para libertar o povo do poder funesto dos faraós, do príncipe do mundo. Há água nos pântanos que afundam, diferente da água viva que o Senhor nos oferece. Como canta o Pe. Zezinho: "És água viva, és vida nova/ E todo dia me batizas outras vez/ Me fazes renascer, me fazer reviver/ Eu quero água desta fonte de onde vens".

Creio, como disse Pe. Márcio Felipe, que todo cristão – em especial para mim - deva se fazer Carne de Cristo, com suas marcas da paixão, e se tornar dom para o próximo.  Peço ao Senhor para que eu me faça Carne dEle na compaixão, no perdão, em não julgar, nos sofrimentos, na oração...

Que Deus abençoe seu ano com os encantos do Alto!

Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista (criscast@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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