Foco: o centro das atenções

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Eu tenho o privilégio de atender empresários famosos e por vezes executivos que atuam no nível nacional e mesmo internacional. Independentemente da extensão da atuação, uma queixa entre eles é idêntica: com o tempo perdem a capacidade daquilo que chamam foco.

O que seria isso?

Foco é a capacidade de direcionar uma quantidade significativa de energia até um objeto, seja ele físico (algo palpável) ou abstrato (como uma ideia ou um projeto). Qual a importância de manter o foco?

Imagine a energia como um fio que liga uma máquina até a tomada na parede. Enquanto a máquina está ligada ela fará o seu trabalho, que, para efeito do nosso exemplo aqui, podemos considerar que ela está construindo algo, ou seja, materializando um projeto que antes era somente uma ideia, mas com a energia aplicada sobre ele se transformará em algo real, concreto.

Intuitivamente sabemos que a execução desse projeto será muito prejudicada se durante o trabalho a máquina for sistematicamente desligada após alguns instantes que estiver funcionando. Ela ficaria em um eterno "ligar-e-desligar" que acaba por comprometer o resultado de todo o trabalho.

Foco nada mais é do que o "fio imaginário" que leva a energia da nossa atenção de uma maneira constante e contínua para que a execução do projeto seja a mais perfeita e rápida possível.

Por que perdemos o foco com o passar do tempo?

É muito comum que depois de muito tempo se concentrando em somente uma coisa nossa mente ache entediante e procure outros estímulos. Não existe nada de errado nesse tipo de atitude: seria como um indivíduo que come todos os dias o mesmo prato de comida que, depois de duas semanas, vai sair para comer qualquer coisa diferente.

O nosso organismo se cansa de manter o sistema energético funcionando da mesma maneira e por isso busca outras maneiras de movimentar energia e mesmo formas novas de energia para se satisfazer.

Para contornar esse tipo de problema é que algumas faculdades exigem que seus alunos realizem matérias que não estão diretamente relacionadas com o currículo da sua escolha, por exemplo, uma faculdade de medicina de um país europeu exige que os seus estudantes realizem uma matéria de arte, ao longo do processo da sua formação.

Além de relaxar a mente, propicia um ponto de vista diferenciado e mais humano no médico recém-formado, desgastando menos o seu cérebro e facilitando que ele mantenha o foco nos locais em que interessam por um tempo prolongado, pois o organismo sabe que irá descansar com outro tipo de trabalho bem diferente.

Aconselho muito as pessoas que têm esse tipo de queixa a procederem da mesma forma, escolhendo para si um hobby ou uma distração que seja essencialmente diferente daquilo que estão acostumados para fazeres no dia a dia.

Os resultados podem ser surpreendentes!

Alexandre Martin é médico acupunturista e com formação em medicina chinesa e osteopatia (xan.martin@gmail.com)

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