A secretária Municipal de Saúde, Waléria Mascarenhas, anunciou, nesta quinta-feira, 21, que as unidades de saúde do município receberão reforço nas equipes de segurança. Os profissionais adicionais começam a trabalhar nesta sexta-feira, 22, e todas as áreas comuns também estão sendo monitoradas por câmeras.
O reforço anunciado tem como objetivo conter a sequência de agressões de usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) contra servidores públicos. Em apenas 18 dias, já foram registrados quatro casos de violência na cidade. O mais recente ocorreu nesta quinta-feira, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Aeroporto, na região Sul de Franca, e terminou com uma mulher detida.
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Além do reforço na segurança com a chegada de novos agentes e da ampliação do monitoramento por câmeras nas unidades de saúde do município, o tema foi discutido em reunião nesta quinta-feira.
A secretária se reuniu com o prefeito Alexandre Ferreira (MDB), além de conversar com diretores e representantes das unidades. Mascarenhas também fará reuniões com representantes da empresa responsável pela segurança nos equipamentos de saúde.
Em entrevista à Rádio Difusora, durante o programa A Hora É Essa!, apresentado pelo jornalista Corrêa Neves Jr., nesta quinta-feira, 21, Mascarenhas destacou que qualquer forma de violência contra os profissionais de saúde é inaceitável e deve ser veementemente repudiada.
“É muito triste o que tem acontecido. No caso de hoje (quinta-feira), o paciente já tinha uma vaga aceita na Santa Casa de Ituverava, mas a família recusou. Com a recusa, o paciente foi reinserido no sistema”, afirmou Waléria.
A liberação de leitos no SUS (Sistema Único de Saúde) é responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo, por meio do Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo). A confusão na UPA do Jardim Aeroporto aconteceu também porque a família tentou trocar o acompanhante fora dos horários previstos.
Sobre a confusão causada por uma paciente na noite dessa quarta-feira, 20, no Pronto-socorro Municipal "Dr. Álvaro Azzuz", quando uma mulher derrubou cadeiras no salão de espera, cadeiras de rodas e fichas de pacientes, Mascarenhas afirmou que todo o atendimento seguiu os protocolos estabelecidos.
“A paciente de ontem (quarta-feira) foi classificada como 'azul' (atendimento na atenção básica). Ela disse que estava em crise de hipertensão, mas a pressão arterial dela estava 11 por 8.”
A secretária lembrou que os mesmos profissionais que foram heróis durante a pandemia do coronavírus estão sendo agredidos. “Isso é muito triste: a falta de tolerância das pessoas. Não se resolve na briga ou no grito.”
A secretária disse que muitas pessoas já chegam às unidades de saúde predispostas a agredir. "A maioria das pessoas que chegam para agredir diz: 'vocês têm que apanhar mesmo.' É inadmissível uma pessoa chegar falando dessa maneira."
Mesmo com o anúncio do reforço na segurança, Mascarenhas ressaltou que o mais importante é o respeito. "No ano passado, foi feito um protocolo de atendimento para casos de agressão nas unidades. Medidas são importantes, mas o principal é o respeito. A equipe precisa ser respeitada."
De acordo com a secretária de Saúde, 42 pacientes aguardavam vagas de internação nas unidades de saúde do município na manhã desta quinta-feira, um procedimento que é responsabilidade do Estado. Desses, 22 estão no pronto-socorro adulto, 11 na UPA do Aeroporto, 8 na UPA do Anitta e 1 no Pronto-socorro Infantil "Magid Bachur Filho".