Mais de dois meses após a deflagração da Operação Castelo de Areia II, em Franca, o paradeiro de Jonathan Nogueira dos Santos Reis, de 29 anos, continua sendo um mistério. Foragido desde o dia 3 de junho, ele é o único investigado da operação que ainda não foi localizado. Os demais alvos foram e seguem presos, mesmo após pedidos de liberdade, que foram negados pela Justiça.
Acusado de integrar uma organização criminosa especializada em agiotagem, Jonathan tem contra si um mandado de prisão temporária expedido pela 3ª Vara Criminal de Franca. Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), ele fazia parte do núcleo financeiro do grupo, responsável por movimentações bancárias suspeitas que somam mais de R$ 6 milhões entre 2020 e 2024.
Mesmo após o cerco do Gaeco e da Polícia Militar com a operação, o investigado conseguiu escapar e, até hoje, não há qualquer confirmação oficial sobre seu paradeiro.
O esquema desmantelado na operação é considerado um dos maiores já identificados na região. Ao todo, estima-se que o grupo movimentou aproximadamente R$ 31 milhões em apenas quatro anos, sem contar os R$ 36 milhões ligados a réus já condenados na primeira fase da investigação.
Jonathan também é acusado de usar uma empresa de fachada aberta em nome da mãe para lavar dinheiro da quadrilha. A mulher, conforme aponta a denúncia, tem um relacionamento com Everaldo Bastos Guimarães, preso nesta segunda fase da operação e também apontado como um dos articuladores do esquema.
Após a operação, o advogado de Jonathan, Luiz Pires Moraes Neto, afirmou que seu cliente se apresentaria voluntariamente, o que até agora não aconteceu.
A Operação Castelo de Areia II foi deflagrada no dia 3 de junho pelo Gaeco, com apoio da Polícia Militar, para desarticular uma quadrilha de agiotas que atuava em Franca e Ribeirão Preto. Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de prisão temporária e 22 mandados de busca e apreensão.
Segundo o Ministério Público, o grupo emprestava dinheiro a juros abusivos e utilizava ameaças e violência nas cobranças. Parte dos lucros era reinvestida no próprio esquema e outra parte era usada em operações de lavagem de dinheiro, envolvendo empresas de fachada, veículos de luxo e imóveis.
Um dos envolvidos é um ex-policial civil de Franca, que, segundo as investigações, já atuava no grupo criminoso mesmo enquanto ainda exercia a função pública.
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