
Entre 24 de abril de 2024 e 22 de maio de 2025, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campinas atendeu 6.722 ocorrências relacionadas a acidentes de trânsito, o que representa uma média mensal de 600 casos. Os dados são do banco de registros da unidade, que atende 90% das ocorrências nas vias urbanas do município.
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Do total de atendimentos, 63% envolvem motociclistas, considerando colisões com automóveis, caminhões e outros veículos. Os acidentes entre motos e automóveis somaram 2.329 registros (34,6%), enquanto os acidentes somente com motos foram 1.750 (26%). Também foram registrados 703 atropelamentos (10,5%), 429 colisões entre carros (6,4%), 242 ocorrências com bicicletas (3,6%) e 180 acidentes entre motos (2,7%). Outras categorias somaram 1.089 atendimentos (16,2%).
As Ambulâncias de Suporte Básico, destinadas a casos menos graves, atenderam 77% das ocorrências. Já os casos de maior complexidade receberam o atendimento das Ambulâncias de Suporte Avançado (23%). As vítimas graves são encaminhadas principalmente aos hospitais Mário Gatti, PUC-Campinas, HC da Unicamp e Hospital Ouro Verde, enquanto os casos moderados vão para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Em algumas situações, os feridos também são levados a hospitais particulares, mediante disponibilidade e autorização.
Segundo o coordenador do setor de Ortopedia do Hospital Mário Gatti, Sérgio Marcolino Rosa, os motociclistas representam a maior parte dos pacientes com traumas graves. O especialista destaca o aumento na complexidade dos casos, com fraturas expostas, traumas na cabeça, pulmões e coluna cervical, além de lesões em partes moles como músculos, tendões, ligamentos e nervos.
“As vítimas estão chegando com traumas mais graves e complexos, principalmente na parte superior do corpo. E quando há fratura exposta com dano extenso às partes moles, o tratamento se torna mais longo e delicado”, explicou. Em alguns casos, o tempo de internação pode ultrapassar três meses, até que o paciente tenha condições de passar pela cirurgia definitiva.
Apesar da gravidade, a maioria das vítimas consegue sobreviver graças à evolução do atendimento pré-hospitalar, capacitação das equipes de emergência e modernização dos equipamentos, o que garante respostas mais rápidas e efetivas no resgate.
O perfil predominante das vítimas atendidas no hospital é de homens jovens, entre 18 e 40 anos, muitos deles trabalhadores do setor de entregas. Para o especialista, a prevenção continua sendo o melhor caminho. A conscientização no trânsito deve ser algo reafirmado todos os dias para que as pessoas criem o hábito de serem mais cuidadosas”, concluiu.