DESAFIO HUMANITÁRIO

Ciclone pode ter matado centenas em ilha francesa na África

Por | da Redação
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Reprodução de vídeo/News18
A situação é agravada pela extrema pobreza em Mayotte, onde mais de 100 mil imigrantes vivem sem documentação.
A situação é agravada pela extrema pobreza em Mayotte, onde mais de 100 mil imigrantes vivem sem documentação.

A passagem do ciclone Chido, considerado o mais poderoso a atingir o arquipélago francês de Mayotte em quase um século, pode ter causado centenas de mortes, segundo autoridades locais. “Acredito que certamente teremos centenas de vítimas, talvez até mil ou mais”, afirmou o prefeito François-Xavier Bieuville à emissora Mayotte La 1ère no domingo (15).

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O Ministério do Interior da França declarou que ainda é difícil determinar o número exato de vítimas, destacando a gravidade da situação.

Ciclone devastador

Com ventos que ultrapassaram 200 km/h, o ciclone atingiu Mayotte durante a noite de sábado (14), causando danos severos a residências, prédios públicos e até mesmo a um hospital, segundo a Meteo-France. Este foi o ciclone mais forte registrado na região em mais de 90 anos.

Desafios humanitários

A situação é agravada pela extrema pobreza em Mayotte, onde mais de 100 mil imigrantes vivem sem documentação, conforme dados do Ministério do Interior da França. Mais de 75% da população local vive abaixo da linha de pobreza estabelecida na França.

A falta de acesso a alimentos, água e saneamento básico é uma preocupação crescente após a tragédia. O governo francês informou que um corredor aéreo foi estabelecido a partir da Ilha da Reunião, outro território francês próximo a Madagascar, para enviar ajuda humanitária.

Histórico e contexto

Mayotte, localizada a cerca de 8 mil km de Paris, foi colonizada pela França em 1843 e se manteve como território francês após a independência das demais ilhas do arquipélago das Comores, em 1975. Apesar de ser administrada por Paris, a ilha enfrenta décadas de violência, tensões sociais e crises, incluindo uma grave escassez de água registrada no início deste ano.

O ciclone também causou impactos em outras regiões, atingindo o norte de Moçambique no domingo (15), onde os danos ainda estão sendo avaliados. Nas Comores, autoridades relataram dois feridos leves, 24 desalojados e a destruição de 21 casas.

A tragédia marca o primeiro grande desafio do novo primeiro-ministro francês, François Bayrou, nomeado pelo presidente Emmanuel Macron após a queda do governo anterior.

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