A Embraer está próxima de colher os frutos da aposta no cargueiro militar C-390 Millennium, aeronave que começou a ser projetada há 20 anos e que vem conquistando cada vez mais mercado no mundo.
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De acordo com o site Investnews, a fabricante de São José dos Campos quer substituir o mundialmente conhecido cargueiro C-130 Hércules, fabricado pela norte-americana Lockheed Martin.
Os preços das aeronaves variam conforme o comprador e o destino, mas a Embraer projeta um faturamento de R$ 300 bilhões com as substituições planejadas nos próximos anos.
Financiado pela FAB (Força Aérea Brasileira), o projeto teve um custo inicial de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões). A FAB foi a primeira a testar os novos modelos em 2015, enquanto a Embraer apresentava o projeto internacionalmente.
As primeiras aquisições vieram de Portugal, com cinco unidades, seguido pela Hungria, que adquiriu duas. O Brasil recebeu seu primeiro modelo em 2019 e, até o momento, já conta com sete aeronaves, com previsão de mais 15 até 2034.
Recentemente, outros cinco países fecharam contratos com a Embraer: Holanda, Áustria, República Tcheca, Coreia do Sul e Suécia.
Sem a Suécia e a Coreia divulgarem seus contratos, estimam-se que, ao todo, mais de 40 C-390 já foram vendidos.
A empresa também monitora o modelo soviético Antonov AN-32, que, junto com os C-130, soma cerca de 400 cargueiros próximos à aposentadoria em diversos países.
Mercados.
Entre os mercados com maior potencial de compra estão Arábia Saudita e Índia, que, juntas, poderiam ultrapassar o número total de vendas do C-390 até o momento, segundo Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer.
Outros mercados promissores estão no radar da Embraer, como o México e os Estados Unidos.
No México, após uma demonstração na base aérea mexicana de Santa Lucia, as conversas se intensificaram. A Embraer já opera há mais de 40 anos no espaço aéreo mexicano, com mais de 100 aeronaves civis e militares em uso.
Já nos Estados Unidos, apesar da legislação protecionista, a Embraer acredita que o projeto não enfrentaria grandes barreiras, pois boa parte das peças e sistemas do C-390 são de origem americana, atendendo aos requisitos do Buy American Act.
Hércules.
Utilizado por forças aéreas de 64 países, incluindo o Brasil, o Hércules foi produzido pela primeira vez em 1954 e recebeu atualizações ao longo do século passado.
Prestes a tornar-se obsoleto, chegando a 40 ou 50 anos de uso, idade de aposentadoria dos aviões, a Embraer teve uma visão estratégica da necessidade de reposições por parte dos exércitos.
A empresa brasileira começou a desenhar um novo cargueiro voltado ao século 21, com toda a tecnologia embarcada desta época, substituindo as famosas quatro hélices do Hércules por dois jatos.
Moderno.
O C-390 foi desenvolvido para ter menor custo operacional e maior flexibilidade, sendo capaz de atuar em diversas missões, como transporte e lançamento de cargas e tropas, reabastecimento aéreo, busca e resgate e combate a incêndios florestais, entre outras.
Equipado com turbinas a jato, o C-390 alcança velocidades de até 850 km/h e pode decolar de Brasília com sua carga máxima de 23 toneladas para qualquer lugar do Brasil sem escalas.
O compartimento de carga tem 18,54 metros de comprimento, maior que uma quadra de vôlei, com 3,45 metros de largura e 2,95 metros de altura. Ele é capaz de acomodar blindados, peças de artilharia, armamentos e até aeronaves semi-desmontadas.
O C-390 também pode transportar 80 soldados, 64 paraquedistas, 74 macas com equipes médicas, contêineres, carros blindados e outros equipamentos.
A Embraer oferece ainda uma versão com capacidade de reabastecimento aéreo, denominada KC-390.
* Com informações dos sites Investnews e Baguete