SÃO MANUEL

Colégio se antecipa e proíbe uso de celular na instituição


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Divulgação
Colégio confeccionou caixas de ferro, que são trancadas com cadeado, para que os telefones sejam deixados
Colégio confeccionou caixas de ferro, que são trancadas com cadeado, para que os telefones sejam deixados

São Manuel - Em uma iniciativa que gerou debates, o Colégio Holus, de São Manuel, implementou a proibição do uso de aparelhos celulares dentro da instituição. O Ministério da Educação (MEC) anunciou que, ainda em outubro, lançará um projeto de lei para proibir o aparelho nas escolas do País. O Colégio Holus já se antecipou e desde agosto deste ano adotou a medida. Segundo o diretor e mantenedor da instituição, Ary Alves da Silva Júnior, é nítida a melhora significativa tanto no desempenho pedagógico quanto nas interações sociais entre os alunos.

Para garantir o cumprimento da nova regra, o colégio confeccionou caixas de ferro que são trancadas com cadeados e ficam posicionadas dentro de cada sala de aula. Além disso, câmeras de segurança são utilizadas para monitorar o uso dos dispositivos. A coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Fabiana Teófilo, relata que as notas dos alunos apresentaram uma evolução considerável."Os alunos estão mais focados e interessados nas aulas, e isso se reflete nas suas avaliações", afirma.

Embora a proibição seja a norma, alguns professores têm adotado uma abordagem flexível, liberando o uso dos celulares em momentos específicos da aula, desde que para fins pedagógicos. Essa prática permite que os alunos utilizem a tecnologia de forma construtiva, integrando-a às atividades de aprendizado. "Fazemos um acordo, e quando necessito utilizar para algum tipo de pesquisa, eles respeitam totalmente as regras, pois compreenderam, através de muito diálogo por parte da coordenação, a importância dessa medida", declara a professora de Língua Portuguesa, Lucélia Costa. 

O colégio também conta com salas multimídia, que são utilizadas para aulas diversificadas, onde as tecnologias são incorporadas de maneira eficaz. No laboratório de informática, os alunos têm acesso a computadores para realizar pesquisas e desenvolver trabalhos quando necessário, proporcionando um equilíbrio entre o uso da tecnologia e a interação social.

Intervalo movimentado

O intervalo, que antes era marcado pela presença constante de celulares, agora se transformou em um momento de convivência ativa. "Os alunos estão jogando bola e se divertindo com jogos de tabuleiro, o que tem gerado um ambiente muito mais agradável e colaborativo", complementa Fabiana. "Alunos que não conviviam com os outros começaram a conversar, a jogar xadrez, uno, dama, ensinamos a eles outros tipos de jogos e estão se divertindo. Me lembra as escolas da minha época. Até o jogo dos elásticos nos pés pude presenciar outro dia", exemplifica. Silvana Basseto, coordenadora do Ensino Fundamental 1 e 2, também percebeu uma mudança no comportamento dos alunos.

"O clima na escola é muito mais positivo. A interação entre eles aumentou e o respeito nas relações sociais melhorou consideravelmente", destaca.

Os professores, por sua vez, notaram que o foco dos alunos durante as aulas é muito mais intenso, com uma participação mais ativa nos debates e atividades propostas.

"Claro que alguns resistiram no início, mas com calma conseguimos mostrar como essa norma é benéfica", conta. Ary expressa sua satisfação com os resultados obtidos. "O que inicialmente parecia uma medida drástica acabou sendo essencial para o crescimento acadêmico dos nossos alunos. O desempenho deles aumentou de forma importante", observa. Mudanças no comportamento social também foram notadas. Alunos que antes permaneciam isolados começaram a se integrar ao grupo. Fabiana menciona que, segundo os próprios estudantes, a ausência do celular tem sido uma experiência reveladora.

Elena Bursi, aluna da 2ª série do Ensino Médio, compartilhou que a necessidade de checar o celular durante as aulas, às vezes, a distraía. Agora, ela se sente mais produtiva, anota tudo e tira dúvidas diretamente com os professores.

A experiência do Colégio Holus serve como um exemplo de como intervenções simples podem trazer resultados significativos para o ambiente escolar, reforçando a importância de um espaço de aprendizado livre de distrações tecnológicas, mas que também valoriza o uso consciente e pedagógico da tecnologia quando apropriado.

A comunidade escolar segue atenta às evoluções decorrentes dessa nova fase, com a esperança de que a convivência mais próxima e focada traga ainda mais benefícios aos estudantes.

Silvana Basseto, Fabiana Teófilo e Ary Alves da Silva Júnior, do Holus
Silvana Basseto, Fabiana Teófilo e Ary Alves da Silva Júnior, do Holus

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