Mais de 35 sintomas, como ondas de calor, sono disruptivo, ansiedade e perda de libido estão associados à menopausa. Mas sintomas musculoesqueléticos, impulsionados pela desaceleração no fluxo de estrogênio, não são tão reconhecidos por médicos, afirmam pesquisadores da Universidade da Flórida Central.
Estes sintomas de menor reconhecimento atingem cerca de 70% das mulheres, e afetam 25% delas de forma severa durante a transição entre a perimenopausa e a pós-menopausa, de acordo com um estudo publicado no periódico cienífico Climateric em julho passado. Batizado pelos autores como "síndrome musculoesquelética da menopausa", o fenômeno pode ter consequências permanentes para as mulheres. "Dados os efeitos significativos desses processos na qualidade de vida das mulheres e os custos pessoais e financeiros atrelados, é importante que os clínicos e pacientes estejam cientes dessa terminologia", escrevem os pesquisadores, enfatizando a importância da prevenção e tratamento contra a síndrome.
A bateria de sintomas inclui dor musculoesquelética, dor nas articulações, perda de massa muscular, perda de densidade óssea (causando um aumento do risco de fraturas), aumento de lesões em tendões e ligamentos, capsulite adesiva (também conhecida como "ombro congelado") e fragilidade da matriz cartilaginosa conforme a progressão da artrose.
A menopausa é o fim permanente das menstruações, ovulação e, consequentemente, da fertilidade. O processo começa a contar depois que a mulher fica 12 meses sem menstruar. A transição do período reprodutivo para o não reprodutivo se estende dos 40 aos 65 anos.
Quando os óvulos começam a gradualmente parar de funcionar, as mulheres têm redução média de 10% na densidade mineral óssea, de acordo com o estudo. Já a massa muscular reduz cerca de 0,6% por ano após a menopausa.
Esses problemas são atribuídos à queda do estradiol, a forma mais biologicamente ativa do estrogênio, que afeta quase todos os tipos de tecidos musculoesqueléticos.
A terapia de reposição de estrogênio pode atenuar o aumento de gordura, a perda de músculo, a sarcopenia, e a perda de densidade óssea, dizem os pesquisadores. Exames preventivos, intervenções na dieta e exercícios também contribuem no combate da síndrome. "Uma abordagem ativa ao cuidado contrasta fortemente com os ditados comuns ditos às pacientes perimenopáusicas, como 'é hora de começar a desacelerar' e 'isso tende a acontecer à medida que as mulheres envelhecem', sentimentos vagos que oferecem pouco valor na gestão de condições musculoesqueléticas comuns nesse grupo", escrevem os pesquisadores.