O aumento das temperaturas e os longos períodos de seca que afetam várias regiões do Brasil não apenas comprometem o meio ambiente, mas também representam um risco elevado para a saúde cardiovascular da população. Estudos recentes apontam que as condições extremas de calor, combinadas com a baixa umidade do ar, podem aumentar as chances de infarto, especialmente entre pessoas com histórico de doenças cardíacas.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o risco de infarto pode subir em até 20% em dias de calor intenso. Isso ocorre porque o corpo humano, ao tentar se adaptar às altas temperaturas, aumenta o esforço cardíaco, acelerando os batimentos e causando vasodilatação. A perda excessiva de líquidos por meio da transpiração também pode desidratar o organismo, elevando a pressão arterial e a viscosidade do sangue, fatores que contribuem diretamente para a formação de coágulos e, consequentemente, para o risco de infarto.
Dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) reforçam essa preocupação: em períodos de calor extremo, como o registrado em várias regiões do Brasil em 2023 e 2024, houve um aumento de 15% nas internações por problemas cardíacos. A seca, que agrava a poluição do ar devido à maior concentração de partículas tóxicas, também contribui para o aumento dos casos de doenças respiratórias, que sobrecarregam o sistema cardiovascular.
Pesquisas internacionais corroboram essa tendência. Um estudo publicado no Journal of the American Heart Association em 2022 revelou que as chances de infarto crescem substancialmente em dias com temperaturas acima dos 30ºC. No Brasil, onde o calor extremo tem sido uma constante em diversas regiões, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, o alerta é ainda maior.
O cardiologista Dr. Pedro Henrique, da SBC, explica que pessoas com fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol alto e sedentarismo precisam redobrar os cuidados em períodos de calor e seca. “Manter-se hidratado, evitar exposição prolongada ao sol e monitorar a pressão arterial são atitudes essenciais para prevenir complicações”, aconselha.
Com a intensificação das mudanças climáticas e a expectativa de verões cada vez mais quentes, especialistas defendem medidas de prevenção e monitoramento, como o reforço nas campanhas de conscientização sobre os riscos à saúde cardiovascular e o aprimoramento dos serviços de atendimento médico em épocas de calor extremo.
Enquanto o Brasil enfrenta ondas de calor cada vez mais intensas, a saúde cardiovascular da população permanece em alerta. Cuidar do coração nos dias mais quentes é uma necessidade que vai além do conforto: é uma questão de sobrevivência.