PREÇO LÁ EM CIMA

Alimentos ficam muito mais caros por conta da seca

Por Da Redação |
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Reprodução/Canva

A seca mais intensa dos últimos 44 anos e os focos de queimadas em diversas regiões do país estão impactando diretamente o preço dos alimentos. Produtos como açúcar, suco de laranja, carnes e laticínios já estão mais caros e devem continuar subindo nos próximos meses. O preço do açúcar, tanto refinado quanto bruto, teve um aumento significativo, refletido na Bolsa de Valores. Cerca de 80 mil hectares de cana-de-açúcar foram queimados em São Paulo, gerando um prejuízo de R$ 800 milhões, conforme a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). O Brasil, maior produtor mundial de cana-de-açúcar, registrou exportações que superam US$ 8,69 bilhões só em 2024. Além disso, o preço do etanol deve subir em torno de 10% até o fim da safra de 2024/2025, devido à redução da oferta causada pela seca.

O feijão também sofre impacto, com previsão de aumento de 40% até o final do ano, segundo a economista Luciana Rosa de Souza, da Unifesp. Apesar disso, ela acredita que não haverá desabastecimento nos supermercados. A laranja, outro produto afetado, terá sua oferta reduzida, o que manterá os preços elevados por mais tempo, de acordo com a Conab. Outros alimentos, como melancia, banana e hortaliças, também enfrentam desafios. A irregularidade das chuvas prejudicou a produção de frutas, e a prolongada ausência de precipitações pode afetar lavouras de cenoura e tomate.

No setor pecuário, a seca também tem consequências. Com a falta de pasto, os produtores precisam complementar a alimentação do gado com ração, elevando o custo da carne e dos derivados lácteos. Segundo Andre Braz, da FGV, a tendência é que o preço da carne suba em torno de 2,47%, enquanto o leite e seus derivados, como manteiga e iogurte, também serão impactados.

Além do impacto econômico, as queimadas trazem sérios danos ambientais, afetando a qualidade do solo e a biodiversidade. A recuperação do solo, segundo especialistas da Embrapa, pode levar anos e exige técnicas adequadas de manejo. De acordo com o Inpe, o Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto de 2024, um aumento de 144% em relação ao mesmo período do ano anterior. As regiões Centro-Oeste e Norte foram as mais atingidas, sendo que a Amazônia concentrou 55,8% dos focos. A ocorrência de eventos climáticos extremos, como El Niño e La Niña, também contribuiu para o agravamento dessa situação.

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