OSTENTAÇÃO

Candidato que declarou R$ 2,8 bi faz carreata com Porsches

Por Yuri Eiras | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/TV São Bernardo/Facebook
 João Pinheiro (PRTB) se declara o candidato mais rico do país.
João Pinheiro (PRTB) se declara o candidato mais rico do país.

O candidato a prefeito de Marília João Pinheiro (PRTB) organizou no último sábado (17) uma carreata com carros de luxo pelas ruas do município e até um helicóptero sobrevoou a região. Ele se declara o candidato mais rico do país.

João Pinheiro, 39, é dono de uma empresa de importação e exportação de produtos agrícolas e declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um patrimônio de R$ 2,85 bilhões. Quase a totalidade do valor declarado é de participação nas empresas Sugar Brazil e Grupo das Marias, das quais detém 95% da sociedade. A Sugar Brazil afirma ter capital social de R$ 3 bilhões.

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Outros R$ 300 mil de Pinheiro estão em uma conta poupança na Caixa Econômica Federal.

O valor declarado por Pinheiro é 16 vezes maior do que o declarado pelo seu correligionário e candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB). Marçal divulgou total em bens de R$ 169,5 milhões.

"Quero mostrar que não dependo de dinheiro da prefeitura", afirma Pinheiro à Folha sobre o evento de sábado, que contou com ao menos dois Porsches, dezenas de automóveis e um helicóptero.

A campanha organiza outra carreata para esta sexta-feira (23).

"Algumas pessoas que não nos conhecem pensam que é ostentação. Sou uma pessoa que gosta dos carros esportivos. Se eu não mostrar isso agora, quem não me conhece vai me ver andando de Porsche, Ferrari e BMW depois que eu for prefeito e vai pensar que tirei da prefeitura."

Entre as cidades com mais de 200 mil eleitores, o candidato a prefeito de Goiânia pelo União Brasil, Sandro Mabel, é o mais rico. Ele declarou total de bens no valor de R$ 313,4 milhões. Marçal é o segundo.

Marília (SP) tem população de 237.627 pessoas, segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas 178.917 aptos a votar.

A fortuna que afirma ter, segundo Pinheiro, veio a partir dos 18 anos, quando fundou a empresa. "Comecei a vender equipamentos usados para usinas de álcool, intermediando compra e venda. Fomos crescendo e comecei a ter conhecimento do produto."

No último dia 14, o juiz Paulo Roberto Zaidan Maluf, da Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem de São José do Rio Preto, decretou a falência da Sugar Brazil. A decisão da Justiça se deu após ação de cobrança de honorários advocatícios de R$ 262.951,88. Pinheiro afirmou que os advogados da empresa vão recorrer.

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