Jackson Antônio Ferreira, 47 anos, marido de Marília Suave, 48 anos, que morreu por complicações da dengue gravou um vídeo ao lado do caixão, denunciando descaso da rede pública de saúde por falta de leitos de internação. O casal mora em Restinga, mas a vítima foi atendida em Franca. Marília veio a óbito na tarde dessa quinta-feira, 29.

Mesmo passando pela dor da perda na mulher, Jackson encontrou forças para gravar o vídeo. Ele diz na gravação que Marília procurou atendimento médico três vezes em Franca, mas foi mandada para casa.

“Quero que esse vídeo seja postado em todos os lugares, em todas as mídias, redes sociais. Isso aqui é injustiça, essa mulher é minha esposa”, mostrando o caixão. “Ela procurou o médico três vezes, três vezes mandaram ela voltar para casa. Mandaram ela voltar pra morrer em casa, vítima de dengue hemorrágica”.

Soluçando, Jackson diz que o vídeo enviado agrupos de Whatsapp tem a finalidade de servir de alerta quanto à dengue e também denunciar o descaso pela falta de leitos de internação.

"Isso é um alerta, um grito de socorro, mais uma vítima do descaso. O mosquito pode ter picado ela, mas quem matou foi o sistema, sistema que não quer saber de pobre, de quem é trabalhador... Covardia... Mulher de quarenta e poucos anos assassinada pelo sistema”, desabafou, inconformado pela demora em conseguir leitos de internação na rede pública SUS.