14 de dezembro de 2025
SEGURANÇA

Bauru receberá projeto-piloto do programa Muralha Paulista

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Assessoria de Imprensa da SSP/Divulgação
Guilherme Derrite inaugurou a Cabine Lilás do CPI-4, no Copom Bauru, nesta sexta-feira

Bauru foi escolhida pelo governo do Estado para receber o projeto-piloto do Muralha Paulista, programa de segurança que usa tecnologia para monitoramento e combate à criminalidade em tempo real. A previsão é de que câmeras de monitoramento inteligentes, que fazem reconhecimento facial e leitura de placas de veículos e emitem alertas para a Polícia Militar, comecem a ser instaladas em setembro.

O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo Guilherme Derrite, em breve coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira (8), encerrada em menos de cinco minutos devido a compromissos agendados. Derrite esteve em Bauru para inaugurar a Cabine Lilás no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) e participar da solenidade em comemoração ao 124.º aniversário de fundação do 4.º Batalhão de Caçadores, realizada na Unisagrado.

Na entrevista, o secretário revelou que, em Bauru, será instituída uma prova de conceito (POC) do Muralha Paulista, método que permitirá, posteriormente, a análise da viabilidade em expandir a iniciativa para outras cidades. "A partir do mês que vem, serão instaladas câmeras de monitoramento que farão a leitura de placas, reconhecimento facial, utilizando inteligência artificial. Talvez nas próximas semanas, receberei a prefeita Suéllen Rosim em São Paulo para oficializarmos esta parceria e então faremos o anúncio oficial, com a data certa para início do projeto", explica, destacando que a iniciativa atende a pedido da chefe do Executivo bauruense e do vereador Cabo Helinho, presidente em exercício da Câmara Municipal.

Não foi possível obter do secretário outras informações como o número de câmeras que serão adquiridas, os locais onde serão instaladas, o valor a ser investido pelo governo estadual e se haverá contrapartida municipal na parceria. O programa integra câmeras de monitoramento instaladas nos municípios ao banco de dados estadual, permitindo a identificação automática de foragidos da Justiça, pessoas desaparecidas e veículos roubados ou furtados.

'CERCO DIGITAL'

Quando isso ocorre, um alerta é emitido para o Copom e as viaturas da PM mais próximas ao local da ocorrência são acionadas. "O pressuposto desta política pública é o controle de mobilidade criminal. Vamos fechar o cerco digital e gerar os alertas para que a polícia consiga prender estes criminosos", acrescenta Derrite.

Ele explica que, até o momento, 17 municípios estão integrados ao Muralha Paulista, porém, todos eles já tinham seu próprio parque tecnológico de monitoramento, como é o caso de São Paulo, São Carlos, Praia Grande e Indaiatuba. "Em Bauru vai ser diferente: vamos trazer esse teste de conceito instalando essas câmeras. Apesar de Bauru já ter indicadores criminais extremamente controlados, quando se fala em segurança pública, sempre é possível melhorar a vida de quem vive e de quem visita a cidade", completa.

Além da integração de imagens, o programa disponibiliza um aplicativo, o Muralha Connect, onde agentes das polícias Civil e Militar recebem, em tempo real, informações sobre procurados pela Justiça, quando estes são flagrados pelas câmeras com capacidade de reconhecimento facial. Pelo app, também podem consular IMEI de celulares e registro de armas, entre outros.

Derrite afirma que 552 municípios paulistas, incluindo Bauru, já assinaram a adesão ao Muralha Paulista. A intenção é alcançar os 645 até o fim de 2025. "O governador Tarcísio Freitas fará uma grande licitação para preencher as lacunas que existem, porque muitos municípios não têm capacidade financeira para contratar sozinhos este serviço. Então, o Estado vai fazer esse investimento", diz

Tornozeleiras em agressores de mulheres

Guilherme Derrite também anunciou que, até o fim de 2025, a Secretaria de Segurança Pública deverá instituir em todo o Estado, incluindo Bauru, o monitoramento de autores de violência doméstica por meio de tornozeleiras eletrônicas. A expansão é projetada após a execução de um projeto-piloto na Capital, iniciado há cerca de dois anos em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo e a Secretaria da Administração Penitenciária.

No período, 383 agressores utilizaram o dispositivo. Destes, mais de 150 descumpriram medidas protetivas e 52 foram presos em flagrante. Os aparelhos são destinados a indivíduos contra quem foram impostas medidas protetivas e que representam maior risco de cometer feminicídios.

A partir da geolocalização ativada pela vítimas em seu celulares, o Copom é alertado por meio de inteligência artificial quando há uma aproximação indevida do agressor. "Com isso, a viatura da Polícia Militar é acionada e vai até o local para interromper esse ciclo de violência contra a mulher. É uma política pública que tem resultado. Já fizemos uma nova licitação para contratar mais 1.000 tornozeleiras e, num primeiro momento, vamos atender a Baixada Santista, que tem casos muito graves. Se Deus quiser, faremos uma nova licitação até o final do ano para expandir para todo o Estado", frisa. 

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