A Urbam (Urbanizadora Municipal), que é uma estatal controlada pela Prefeitura de São José dos Campos, ficará responsável pela construção de um pátio de carregamento de veículos elétricos no Jardim Imperial, na região sul da cidade.
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A empresa foi contratada pela Prefeitura com dispensa de licitação. O custo será de R$ 7,5 milhões. O prazo para conclusão do serviço será de 12 meses.
Em fevereiro desse ano, em meio a um processo que pedia a suspensão do contrato em que a Urbam irá alugar 400 ônibus elétricos para o sistema de transporte público do município, a Prefeitura afirmou que iria implantar oito pátios de carregamento, em diferentes pontos da cidade, para garantir a estrutura de recarga necessária para toda a frota.
Como o contrato com a Urbam prevê apenas um pátio, a reportagem questionou a Prefeitura se os outros sete serão implantados posteriormente ou se houve uma alteração no planejamento. Também perguntou qual será a estrutura do pátio do Jardim Imperial e quantos veículos poderão ser carregados nela ao mesmo tempo. Não houve resposta - o espaço segue aberto.
Assinado em 7 de março desse ano, o contrato entre a Urbam e a Green Energy custará R$ 2,718 bilhões ao longo de 15 anos.
Pelo contrato, a Green Energy tem até seis meses (ou seja, até 7 de setembro) para entregar os primeiros 20 veículos. Esses primeiros ônibus devem ser carregados na estação dos VLPs (Veículos Leves sobre Pneus) da Linha Verde. O restante do cronograma estabelece mais 60 ônibus no décimo mês (janeiro de 2026), mais 120 no 14º mês (maio de 2026) e os 200 restantes no 18º mes (setembro de 2026).
Mesmo faltando menos de um mês e meio para a entrega dos primeiros veículos, a Prefeitura ainda não tem previsão de quando será aberta a licitação que definirá a empresa que ficará responsável pela operação desses ônibus. Com isso, os primeiros veículos devem ser operados, inicialmente, pelas atuais concessionárias.
A novela da nova licitação do transporte público começou em janeiro de 2019, quando a Prefeitura pagou R$ 2,4 milhões para a FGV (Fundação Getúlio Vargas) elaborar o novo modelo de concessão. Seria um contrato tradicional, em que seriam escolhidas as empresas que operariam os ônibus, em dois lotes. Editais foram lançados em 2020 e 2021, mas não houve interesse do mercado no modelo proposto. Apenas o Grupo Itapemirim participou, mas o contrato não foi adiante pois a empresa não comprovou que seria capaz de entregar o que era exigido.
Em março de 2022, inspirada em proposta do governo de Goiás, a Prefeitura passou a apostar em um novo modelo, que consiste em alugar os ônibus por meio de uma estatal – a Urbam, no caso - e contratar outra empresa para operá-los, em outra licitação, feita pela Secretaria de Mobilidade Urbana.
Os cinco primeiros editais lançados pela Urbam fracassaram. Três deles chegaram a atrair uma empresa cada, mas todas acabaram desclassificadas. As outras tentativas foram barradas pela Justiça e pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) – entre falhas apontadas pelo TCE estão que o modelo que envolve a Urbam não foi discutido em audiências públicas (isso só foi feito com o modelo da FGV) e que a Prefeitura não comprovou a viabilidade econômica desse novo modelo. Apenas no início de 2025, no sexto edital, o contrato com a Green Energy foi firmado.
Devido aos fracassos nas licitações, a Prefeitura tem feito sucessivas prorrogações nos atuais contratos. Firmados em abril de 2008, os contratos com a Joseense e a Expresso Maringá deveriam ter sido encerrados em abril de 2020, mas já sofreram cinco prorrogações, sendo a última delas para outubro de 2026.
Já o contrato com a Saens Peña, firmado em outubro de 2010 e que deveria ter sido encerrado em fevereiro de 2021, foi prorrogado quatro vezes, sendo a última delas para outubro de 2026.
Caso o novo sistema esteja pronto para entrar em operação antes de outubro de 2026, os contratos atuais terão a rescisão antecipada.