Julho de 2025 marca um ano do desastre ambiental que atingiu o Rio Piracicaba, e causou a morte de aproximadamente 235 mil peixes. O despejo irregular de efluentes foi identificado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que apontou a Usina São José (USJ) como responsável pelo incidente.
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O material despejado comprometeu a qualidade da água e provocou impactos diretos na Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, reconhecida por abrigar espécies de fauna aquática e aves migratórias. A mortandade em larga escala foi registrada por moradores da região, pescadores e ambientalistas, que relataram a presença de peixes mortos ao longo de vários trechos do rio.
A Cetesb aplicou uma multa no valor de R$ 18 milhões à empresa, além de suspender a licença de operação da unidade. Até o momento, a penalidade financeira não foi quitada, e a licença continua suspensa. Segundo o órgão ambiental, o processo administrativo contra a usina segue em andamento.
O caso também foi alvo de investigações por parte do Ministério Público do Estado de São Paulo, que acompanha os desdobramentos e apura a responsabilização civil e criminal pelos danos causados ao ecossistema da região. Organizações não governamentais e entidades de defesa do meio ambiente solicitaram a recuperação da área afetada e maior rigor na fiscalização de atividades industriais próximas a corpos d’água.
O Tanquã segue sendo monitorado por técnicos e pesquisadores, com foco na análise da recuperação do ambiente aquático e da biodiversidade local. Relatórios apontam que o processo de regeneração é lento e depende de condições ambientais estáveis e da ausência de novos impactos.
Até o momento, a Usina São José não se manifestou publicamente sobre o pagamento da multa, a suspensão da licença ou eventuais medidas de mitigação adotadas após o ocorrido. A Cetesb informa que mantém o acompanhamento do caso e que medidas adicionais podem ser aplicadas conforme o avanço do processo administrativo.
O episódio reacendeu o debate sobre a segurança ambiental nas atividades do setor sucroenergético e a necessidade de cumprimento das normas de descarte de resíduos industriais em áreas próximas a rios e reservas ambientais.