Feriado comemorado no mundo inteiro, o Dia do Trabalhador é considerado uma data de homenagem às pessoas que movimentam desde a economia local até a economia mundial. A data, que hoje é de celebração, porém, surgiu em um contexto violento no ano de 1886. Uma greve organizada por trabalhadores da cidade de Chicago, nos Estados Unidos, que reivindicavam a redução da jornada de trabalho, foi violentamente reprimida pela polícia da época a mando dos patrões. A data de início da greve: 1° de maio.
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A data se tornou um marco para a luta dos trabalhadores por melhores direitos e condições de trabalho. À época, uma das reivindicações era a da jornada de oito horas diárias, carga horária considerada comum nos dias de hoje, mas que passa por reconfigurações por conta da mudança nas relações trabalhistas. A luta pelas melhores condições de trabalho, comparada à época em que a greve de Chicago aconteceu, também mudou. “Em função da reorganização produtiva, dos avanços das novas tecnologias de produção, da emergência de outras formas de trabalho, como os trabalhadores de aplicativos, por conta própria, os chamados ‘empreendedores’ e outros grupos de trabalhadores, tais pautas incorporam também novas reivindicações, como o próprio direito ao trabalho”, diz a deputada estadual Professora Bebel (PT). “Ao mesmo tempo, a emergência climática e a degradação do meio ambiente penalização mais pesadamente os mais pobres, os moradores das periferias, habitantes de áreas de risco, de forma que as entidades sindicais não podem ficar alheias e esses problemas”, diz a deputada.
Para a parlamentar piracicabana, o que muda nas relações de hoje em dia é também a forma de organização dos trabalhadores. Antigamente, segundo Bebel, a classe trabalhadora era mais uniforme, enquanto que hoje, os trabalhadores atuam de forma individualizada. “A classe trabalhadora do século 21 está dispersa e possui características bem diferentes dos operários que antes trabalhavam às dezenas de milhares em grandes concentrações fabris, o que coloca para os sindicatos o desafio de encontrar formas de acolhê-la, organizá-la, identificar suas necessidades e formular reivindicações que dialoguem com sua natureza de trabalhadores individualizados, que muitas vezes se consideram patrões de si mesmos”, disse.
Com as mudanças nas relações trabalhistas, a deputada, que também é segunda presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) considera que a data do 1° de maio é mais uma oportunidade de reflexão sobre a adaptação, tanto dos trabalhadores quanto do mercado de trabalho, a novos tempos. “O 1º de Maio é mais um dia de refletirmos sobre essas e tantas outras questões e para renovar nossa disposição de seguirmos o exemplo daqueles trabalhadores e trabalhadoras de Chicago: enfrentar as dificuldades, lutar e vencer”, afirmou. “Mas também é um dia para comemorarmos as conquistas que temos obtido e faço questão de, nesta data, cumprimentar cada trabalhadora e trabalhador”, finalizou.