O empresário que esvaziou uma empresa em Pirajuí (a 56 quilômetros de Bauru) teria dispensado os vigias do final de semana para poder desmontar o maquinário, encher caminhões e escapar durante a madrugada. Conforme o JC noticiou, os funcionários da Inovarte Comunicação Visual chegaram para trabalhar na manhã de segunda-feira (24) e encontraram um galpão vazio, sem maquinários, computadores, geladeiras, botijões de gás, comida ou utensílios domésticos. Um vídeo de câmera de segurança flagrou o momento em que caminhões passam carregados com o que os funcionários acreditam ser os equipamentos desaparecidos.
O paradeiro do empresário ainda é incerto. No entanto, relatos revelam que sua residência está trancada e vazia.
Na manhã desta terça-feira (25), o Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Materiais Elétricos de Bauru e Região (Metal Bauru), representado pelo presidente Valdemir Caminaga e pelos advogados Jorge Moura e Samuel Bispo, visitou o galpão vazio onde antes funcionava a empresa.
O advogado Jorge Moura, responsável pelo jurídico da instituição, explica que a entidade vai acompanhar e apoiar os trabalhadores do local. No momento, eles reúnem os documentos dos 45 funcionários registrados para entrar com uma liminar solicitando o pagamento do seguro-desemprego. No entanto, outras 5 pessoas trabalhavam no local de maneira informal. “Esses casos serão mais complicados porque primeiro é necessário reconhecer o vínculo empregatício”, explica Jorge Moura.
Ele também afirma que alguns dos funcionários não tinham Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), outros tinham em aberto. No entanto, essas informações só serão detalhadas futuramente, de acordo com o andamento do processo.
Jorge também acredita que uma outra empresa tenha sido contratada para desmontar a fábrica inteira no curto período do final de semana. “Os maquinários são muito grandes. São equipamentos de até 8m de comprimento, que não se desmontam fácil. Então, foi uma empresa especializada que desmontou todo o equipamento fabril”, diz.
Ele relata que alguns compradores tiveram prejuízos. Contratos de R$ 80.000,000 e R$ 500.000,00 foram pagos e os produtos não foram entregues. “Como essa monta de dinheiro se esvai do dia para noite? Na nossa avaliação, eu acredito que ele desviou para o patrimônio pessoal dele”, afirma Jorge Moura.
A empresa teria ainda 6 CNPJs diferentes. O advogado acredita que, conforme ia acumulando problemas, o homem criava um novo CNPJ e passava a emitir contratos em nome da nova empresa.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também está atuando no caso. “O MPT recebeu denúncia acerca das supostas irregularidades praticadas por empregador em Pirajuí. Um procedimento foi instaurado e distribuído para a procuradora oficiante, Guiomar Pessoto Guimarães, que irá investigar o caso”, informou o órgão em nota enviada ao JC.
A reportagem tentou contato pelo telefone com o empresário, mas não obteve resposta. Uma mensagem gravada informa, ainda, que a caixa postal está cheia. O espaço permanece aberto para a manifestação.
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