
A primeira resposta do Irã ao inédito ataque dos Estados Unidos a suas instalações nucleares foi a intensificação de suas barragens de mísseis balísticos contra Israel, o aliado a quem Donald Trump se uniu contra Teerã. Mas a teocracia promete revidar contra Washington, e irá consultar o aliado Vladimir Putin sobre a crise.
Uma salva de mísseis deixou ao menos 23 feridos e, segundo as forças israelenses, envolveu cerca de 40 projéteis, que atingiram três regiões, inclusive a maior zona metropolitana do país, em torno de Tel Aviv.
Nos últimos dias, a média era de 15, o que indicava que Teerã tinha dificuldades em manter o ritmo do primeiro ataque retaliatório a Israel, que envolveu 200 lançamentos na noite da sexta retrasada (13).
Autoridades iranianas prometeram resposta ao ataque americano da madrugada deste domingo (22, noite de sábado no Brasil). O presidente do país, Masoud Pezeshkian, disse à imprensa estatal que "nós sempre defendemos nosso solo e nossa água", enquanto o chanceler Abbas Araghchi afirmou que o revide virá.
"Esperem pela nossa resposta primeiro. Quando a agressão acabar, aí podemos voltar à diplomacia", afirmou ele em Istambul. De lá ele voará a Moscou, onde se encontra com o presidente russo nesta segunda (23).
O iraniano ganha tempo pois suas opções são limitadas. Putin, salvo a hipótese de querer começar a Terceira Guerra Mundial, não pode vir a seu socorro do ponto de vista militar, até porque sua prioridade é manter a boa vontade de Trump com a Rússia no tema da Guerra da Ucrânia.
O americano abriu um canal direto com o russo e comprou sua visão acerca dos motivos do conflito europeu, um ativo do qual o Kremlin não pode abrir mão, ainda que as negociações para a paz estejam emperradas. Por ora, a Rússia condenou o ataque de Trump, assim como sua parceira China.