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Adolescência: como escolher o melhor esporte?

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Egberto Nogueira
Marina Mourão e sua mãe Maria
Marina Mourão e sua mãe Maria

Muitos estudantes têm seu primeiro contato com os esportes nas aulas de educação física na escola - entre o fim da infância e o início da adolescência.

Geralmente, por volta do 6º ano, alguns colégios já estimulam o aluno a escolher uma modalidade específica, e os próprios jovens, fora dos muros escolares, procuram clubes e escolinhas particulares daquele esporte para se especializarem.

Mas qual ele deve escolher? Futebol, vôlei, handebol, tênis, natação, são muitas opções e nem sempre as práticas escolhidas são as mais adequadas, ou para as quais eles têm aptidão ou ainda que podem virar uma paixão.

Especialistas afirmam que, para os pais, o primeiro grande pilar da escolha é escutar seus filhos, e não só pelas palavras, mas nos gestos.

Há adolescentes, por exemplo, que desde a infância demonstram não gostar de esportes no geral ou de uma modalidade determinada.

Alguns são mais quietos e preferem um esporte individual, como atletismo, enquanto outros têm um senso de liderança, gostam de estar em comunidade e cercados de pessoas: provavelmente serão mais realizados no futebol, vôlei, basquete.

"As crianças e adolescentes devem fazer um esporte, é algo bom para desenvolver o físico, o emocional, ajuda a construir a identidade, relação com outras pessoas, estabelecer limites, regras, resiliência, frustração e prazer", afirma a psicóloga Renata Bento, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.

Um segundo pilar levantado pelos especialistas é a experimentação. Nesse período da infância e começo da adolescência, é importante descobrir do que ele gosta, com o que se sente mais confortável.

E está tudo certo não ser bom em nenhum - no futuro, ele pode não ter o esporte como algo profissional e seguir como um hobby.

A estudante Marina Mourão, de 13 anos, por exemplo, experimentou vários esportes até os 11 anos. Ela fez judô, do qual não gostou e pediu aos seus pais para sair. Depois vieram natação, handebol, basquete, ginástica artística, futebol e patinação. Até o vôlei chegar para ficar.

"Eu sempre gostei de esportes no geral, mas quando comecei o vôlei, eu quis parar tudo e focar nele. Ele me ganhou de um jeito muito bom", conta a adolescente.

Sem pressão dos pais

O ortopedista Ricardo Soares, do Hospital Ortopédico AACD, diz que a influência dos pais é primordial nessa fase da vida dos adolescentes, porém, é preciso cuidado para que a escolha da prática esportiva seja pessoal.

"Os pais devem estimular as atividades, mas sem cobrar ou pressionar vitórias. Eles precisam escutar os filhos, estar atentos a alguns detalhes, como por exemplo se ele está feliz, se o esporte o está desenvolvendo socialmente, se a autoestima dele melhorou, se a aptidão dele está maior, se ele se sente pertencente", diz Soares.

O médico também afirma que um diferencial para o adolescente é ter a participação dos pais nos treinos. Rodrigo Mourão, pai de Marina, afirma que com isso a filha não precisa se preocupar.

"Assistimos à Superliga de Vôlei juntos. Levamos eles aos campeonatos. Acordamos cedo, fazemos a torcida e ficamos até o final. É gratificante vê-la competir, gostar e estar engajada", conta Mourão.

O esporte afasta os jovens das telas, aumenta o prazer, estimula o físico e o emocional dos adolescentes, consegue aumentar a autoestima, o desejo de ser e dar o seu melhor, além de fortalecer o convívio social com outros jovens da mesma idade.

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