
Os servidores públicos municipais de Bauru que aderiram à paralisação de 24 horas fazem um protesto desde as 10h desta segunda-feira (7), em frente ao Palácio das Cerejeiras, sede da Prefeitura Municipal. No local, reivindicam 27% de reajuste sobre a folha, aumento do vale-alimentação para R$ 1.518,00 e a elevação do abono pecuniário a R$ 579,83.
Eles chegaram ao prédio da administração municipal em passeata que partiu da quadra 14 da rua Saint Martin, onde fica a sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm) e onde o funcionalismo esteve concentrado na manhã desta segunda-feira (7). No período da tarde, a partir das 13h, iniciaram uma segunda manifestação, desta vez em frente à Câmara Municipal, com o objetivo de "pressionar os vereadores pela valorização real da categoria", informou, em nota, a entidade sindical.
A reivindicação da categoria é bem diferente do projeto de lei (PL) enviado ao Legislativo, na última segunda-feira (31), pelo governo Suéllen Rosim (PSD), que prevê 4,83% de reajuste.
Índices
O projeto enviado pelo Executivo à Casa de Leis contempla a reposição da inflação acumulada do último ano, de 4,83%, para os servidores públicos municipais ativos e inativos da prefeitura, do Departamento de Água e Esgoto (DAE) e da Fundação de Previdência dos Servidores Públicos Municipais Efetivos de Bauru (Funprev). O pagamento do aumento será retroativo a janeiro, e o impacto financeiro estimado para este ano é de R$ 30,3 milhões, consta do projeto.
Já o Sinserm chegou aos 27% levando em consideração a reposição pela inflação, que fechou o ano passado em 4,83%, mais 0,96% relacionados a janeiro e fevereiro deste ano e, por fim, a diferença entre o salário mais baixo da categoria na prefeitura e o mínimo - discrepância que equivale, em números percentuais, a 21,21%.
No caso do vale-alimentação, o funcionalismo reivindica a correção dos valores sobre os atuais R$ 1.100,00 - no ano passado, afinal, não houve aumento no benefício ante uma decisão judicial que derrubou a majoração a R$ 1.412,00 aprovada na Câmara. O vale foi elevado a R$ 1.400,00 pelo próprio governo ao início do ano.
Prefeitura
Em nota enviada à reportagem, a Prefeitura de Bauru diz que foi notificada pelo sindicato sobre a paralisação. O Poder Executivo afirma que reconhece o direito de reivindicação dos servidores, no entanto, destaca que trabalha com uma proposta que seja viável ao orçamento, uma vez que o pedido de 27% feito pelo Sinserm é incompatível com a realidade financeira.
"A proposta apresentada pela prefeitura, com a reposição da inflação acumulada no último ano, de 4,83%, é o limite que o município pode conceder neste momento. Não existe, portanto, margem para aumento deste índice. Também é importante destacar que a atual gestão municipal tem valorizado os servidores, com reajustes acima da inflação nos últimos anos, aumento do vale-alimentação de R$ 500,00 para R$ 1.400,00 desde o início do governo da prefeita Suéllen Rosim, e melhorias nas condições de trabalho. O governo está acompanhando a paralisação para que o impacto nos serviços para a população seja o mínimo possível", diz o texto. O balanço da paralisação ainda não foi divulgado.