O novo presidente da Câmara Municipal de Bauru, Markinho Souza (MDB), que assumiu na última quarta-feira (1), planeja discutir a mudança do Regimento Interno da Casa e espera uma melhor relação com o novo secretariado da prefeitura. Em entrevista ao programa Café com Política, uma parceria do JC/JCNET com a 96FM, nesta sexta-feira (3), o vereador chegou a citar a dificuldade na relação com a ex-titular da Saúde, Giulia Puttomatti, cuja substituição pelo médico Marcio Cidade Gomes foi anunciada na última quinta-feira (2) pela prefeita.
Em relação às normas de funcionamento do Poder Legislativo, na visão do presidente as alterações devem ocorrer de "maneira geral", como descreve. "Tem muita coisa que se você levar ao pé da letra e questionar, vai ver que não está correto", disse. Markinho não descarta a possibilidade de dividir as sessões, conforme sugerido pelo vereador José Roberto Segalla (União), em duas na semana, já que o aumento das cadeiras na Casa de Leis vai ampliar também a duração dos encontros.
No entanto, no momento, a ideia é apenas "sentir" se a mudança será necessária. "Será que são todos que vão usar a palavra?", questionou ele. Em 2025, oito novos nomes vão assumir cadeiras na Câmara e alguns, como Beto Móveis (Republicanos), nunca vão à tribuna.
Markinho Souza também pretende avaliar a reforma do regimento junto aos colegas. "Toda decisão que eu for tomar, quero participação dos vereadores como um todo. Da oposição e da situação", afirmou.
Primeiro escalão
Conforme o JC noticiou, Suéllen Rosim (PSD) anunciou na quinta-feira (2) mudanças em nove secretarias e empresas públicas. Markinho destacou o nome de Walter Vicioni, novo secretário de Educação, e relembrou o trabalho de Nilson Ghirardello, realocado para a Secretaria do Meio Ambiente (Semma). "O Nilson tinha a missão de reestruturar as escolas, já que é doutor em Urbanismo. Esse novo nome, que vem de fora, deve vir para adequar a parte pedagógica", aposta o presidente da Casa de Leis.
O emedebista também falou sobre o novo titular da Secretaria de Saúde, Marcio Cidades Gomes — nome também de fora. "Não conheço, mas tem bom currículo. Se tiver bom relacionamento, já vai melhorar bastante. A Giulia era fechada e 'executiva'. Antes de você terminar seu raciocínio ela já estava respondendo. O vereador é uma pessoa ligada diretamente com a população. Sempre que a gente procura um secretário, queremos dar uma resposta para essas pessoas", comentou.
O parlamentar também foi questionado sobre a nomeação da mãe da prefeita, Lúcia Rosim, para assumir a Secretaria de Assistência Social, mas desconversou.
O nome causou polêmica nas redes sociais, onde Suéllen foi acusada de nepotismo. No entanto, por se tratar de um cargo de confiança, a nomeação é legal.
Por fim, Markinho Souza afirma que essa "dança das cadeiras" no secretariado é positiva e pode melhorar o trabalho das pastas municipais. Markinho não conversou ainda com os pares sobre os nomes que devem assumir as 14 comissões da Câmara Municipal. A tendência, porém, é que os partidos com mais nomes na Casa (PSD, MDB e Podemos) dominem as mais cobiçadas como a de Justiça, Legislação e Redação; de Economia, Finanças e Orçamento; e Obras, Serviços Públicos, Habitação e Transportes porque têm preferência para indicar os nomes.
Articulação para eleição contou com 'amém' de Suéllen e consulta a Dozimar
Eleito para o biênio 2025-2026, Markinho Souza (MDB), presidente da Câmara Municipal de Bauru, detalhou em entrevista ao programa Café com Política a articulação para conseguir os 15 votos que o elegeram. De acordo com o parlamentar, seu histórico como vereador com maior número de mandatos consecutivos e seu bom relacionamento interno foram determinantes para a vitória.
Assim que sua candidatura começou a se tornar viável, ele consultou Rodrigo Mandaliti, o presidente do MDB, que concordou com a proposta. Com esse apoio, ele já passou a contar com três votos. O próximo passo foi consultar Suéllen Rosim, presidente do PSD, partido que tem quatro votos na Casa. "Prefeita, vou tentar viabilizar meu nome. Tranquilo para você?", perguntou o vereador à mandatária. Ela concordou, mas relembrou que Marcelo Afonso (PSD) também estaria pedindo votos.
Afonso, porém, desistiu da candidatura antes da votação. Em seguida, a conversa foi com Beto Móveis (Republicanos), com quem vereador nutre boa relação e um trabalho no Mary Dota, segundo ele. Por fim, o então candidato à presidência do Legislativo buscou Dozimar Rosim, presidente do PP e pai da prefeita, que teria afirmado: "da minha parte, tranquilo".
Outros nomes consultados foram Airton Martinez e Arnaldinho Ribeiro, o presidente do PL e do Avante, respectivamente.