Reeleita em primeiro turno, Suéllen Rosim (PSD) inicia nesta quarta-feira (1) seu segundo mandato como prefeita de Bauru com diversos projetos que não conseguiu concluir nos primeiros quatro anos de gestão. Agora, assume como meta consolidar estas ações em curso nos próximos dois anos, a fim de solucionar problemas crônicos da cidade, como a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, cujas obras estão paradas há mais de três anos.
Também estão no radar mudar a sede da prefeitura para o prédio da antiga Estação Ferroviária em 2027, dentro do projeto de revitalização da região central, e colocar o Hospital Municipal em funcionamento até 2026. No mesmo período, por meio de Parceria Público Privada (PPP), espera que todas as lâmpadas de iluminação pública da cidade já tenham sido substituídas por LED.
Estão entre as prioridades ainda a perfuração de novos poços, a revisão do Plano Diretor de Águas, do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei de Zoneamento). Nesta entrevista, Suéllen comenta sobre estas e outras medidas planejadas para os próximos quatro anos, sobre sua relação com a Câmara e as primeiras ações, incluindo mudanças no secretariado, previstas após tomar posse neste feriado.
JC - O que projeta para o segundo mandato?
Suéllen - A expectativa é seguir avançando em pontos estratégicos. O segundo mandato tende a ser de ainda mais maturidade, de diálogo, de consolidação do que foi projetado no primeiro. Já sabemos quais são os principais problemas da cidade, já encaminhamos a solução de muitos deles e, agora, queremos solucionar principalmente os crônicos, que demandam longo prazo. O segundo mandato nos cobra um trabalho ainda melhor e temos muitos desafios, como a revisão da Lei de Zoneamento e do Plano Diretor, a retomada das obras da ETE, a PPP da Iluminação. Também seguiremos investindo em infraestrutura nos bairros, como a Quinta da Bela Olinda, o Manchester, e dando sequencia às reformas e ampliações de escolas. Como sempre digo, o trabalho é a melhor resposta.
JC - Destas obras mais complexas, quais espera concluir no segundo mandato?
Suéllen - O objetivo é entregar 100% da ETE e colocá-la em funcionamento nos próximos dois anos, modernizar todo o parque de iluminação pública com a parceria público-privada, entregar de cinco a seis escolas e fazer algumas ampliações. Em 2027, o planejamento é mudar a sede da prefeitura para a Estação Ferroviária, dentro de um conjunto de ações para revitalizar a região central da cidade, que inclui finalizar a reforma do Calçadão e algumas obras de infraestrutura. Também estão previstas melhorias como a extensão da Nuno de Assis, obras no Distrito Industrial 4 e a abertura da avenida Chaim Mauad (na região da Vila Aviação), cuja discussão sobre a cessão de áreas por parte dos proprietários já está bem equacionada.
JC - Qual é a previsão para conclusão da concessão do parque de iluminação?
Suéllen - Estamos finalizando a fase de consulta pública e a expectativa é publicar o edital em janeiro. Pretendemos assinar a concessão da ETE no primeiro trimestre e a da iluminação, logo na sequência, iniciando as substituições de lâmpadas ainda no primeiro semestre e chegando a 100% da cidade em 2026.
JC - A Faculdade de Medicina da USP está em tratativas para firmar convênio com o Instituto Lauro de Souza Lima. O governo cogita participar desta parceria e lá instalar o Hospital Municipal?
Suéllen - O município estará nesta parceria, mas a ideia do Hospital Municipal é criar, de certa forma, uma independência do município. É um projeto importante para Bauru, que deve ser executado ao longo de 2025 e entregue em 2026. Ele não inviabiliza outras parcerias, pelo contrário, vai atender a universidade, recebendo seus alunos. A licitação dos projetos complementares e da obra está em andamento e a expectativa é assinar o contrato e começar as obras no primeiro semestre.
JC - Neste segundo mandato, espera uma relação menos litigiosa com a oposição na Câmara Municipal?
Suéllen - Desde o primeiro mandato, sempre quis manter o diálogo, buscando uma 'bandeira branca' de ambos os lados com o objetivo de discutir ações para Bauru continuar avançando. Mas fomos o governo que mais teve Comissão Especial de Inquérito (CEI), audiência pública, artigo 18 e que mais foi atacado por parte da oposição. Nunca vou me incomodar com a crítica construtiva e acredito que vem aí uma Câmara mais madura, assim como acredito estar entrando no novo mandato com mais maturidade, o que vai nos ajudar a construir um diálogo muito melhor. Essa é a minha torcida, independente do que passou.
JC - Sobre a votação da nova mesa diretora da Câmara, há a informação de que você aprovou o nome do Markinho Souza para a presidência. Pode falar sobre isso?
Suéllen - É um assunto bastante delicado, ainda mais na véspera da votação mas, enquanto governo, torço para que os vereadores decidam por quem caminhou conosco nos últimos quatro anos ou durante a última campanha. Porém, este é um trabalho de articulação entre os vereadores, sobre o qual não tenho influência. Pelas últimas informações que tive, o Markinho pavimentou um caminho, mas outras pessoas, inclusive da oposição, como o Lokadora, também fizeram o mesmo. Minha torcida é para que seja um nome com condições de manter um diálogo saudável com o Executivo e não travar a cidade.
JC - Quais são os planos para solucionar o abastecimento de água em Bauru?
Suéllen - No primeiro trimestre, iniciaremos a perfuração de quatro poços na região do Val de Palmas, mais a adutora e reservatório, para diminuir a dependência do Rio Batalha de 26% para 12% da população de Bauru. Estamos em diálogo com o Estado, porque só estes poços custam cerca de R$ 40 milhões e vamos precisar de recursos estaduais e talvez federais. Também daremos continuidade ao desassoreamento, limpeza e ampliação da capacidade de reservação do Batalha neste começo de ano. E pedi ao DAE para que haja celeridade na revisão do Plano Diretor de Águas, que está um pouco defasado e deve ser atualizado ainda em 2025. Tenho pressa para não passarmos o que a gente passou em 2024.
JC - Em que medida a dívida da Cohab e o rombo da Funprev preocupam o governo neste segundo mandato?
Suéllen - Sobre a Funprev, no primeiro semestre de 2025, o objetivo é formar um grupo de trabalho, fazer um levantamento do histórico e montar um plano de ação de médio e longo prazos, porque, à medida que aumentamos o valor aportado, diminuímos os investimentos no município. O principal objetivo é adotar ações que não prejudiquem o servidor. Sobre a Cohab, a gente já vem conversando com a Caixa, resolvendo alguns contratos. É uma dívida de bilhões e não iremos assinar um acordo sem trabalhar intensamente para tentar resolver da melhor maneira. Isso deve se consolidar em 2025.
JC - Mudanças no secretariado serão anunciadas nos primeiros dias? Além da Sedecon, pode antecipar quantas pastas sofrerão alterações?
Suéllen - Devo ter mais algumas conversas sobre alguns lugares estratégicos. A Sedecon, de fato, está aberta, o Leandro Joaquim irá para outro desafio, e estou ouvindo algumas pessoas. E também já temos a certeza de mudança na Emdurb. Vou fechar os nomes agora na primeira semana e o objetivo é definir 100% das secretarias nos primeiros 15 dias de janeiro.
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