Desde muito jovem, nunca gostei do Natal. O que sempre me incomodou nessa época foi a grande disparidade entre as classes sociais, que se torna ainda mais evidente durante as celebrações.
Enquanto muitas pessoas têm o privilégio de desfrutar de festas luxuosas, presentes caros e viagens, há uma enorme parcela da população que luta para garantir o básico, como uma refeição digna ou mesmo um presente simples para os filhos.
Essa desigualdade intensificada no período natalino sempre me gerou uma sensação de desconforto e até de revolta, já que a festa, que deveria ser de união e solidariedade, acaba expondo de forma crua a realidade das disparidades sociais.
Além disso, sempre achei que as campanhas de doação e os esforços das empresas para promover o espírito de generosidade poderiam ser mais constantes ao longo do ano, e não apenas limitados ao mês de dezembro. Por que esperar o Natal para mostrar solidariedade? As necessidades das pessoas não desaparecem depois das festas.
Empresas que aproveitam a data para fazer grandes campanhas publicitárias e promocionais deveriam se engajar em ações semelhantes durante todo o ano, contribuindo de forma contínua para a redução das desigualdades sociais e ajudando a criar uma sociedade mais justa e inclusiva o tempo todo, não apenas em dezembro.
Acredito que a verdadeira mudança só ocorrerá quando, além de refletirmos sobre essas questões durante o Natal, tornarmos essas reflexões práticas e permanentes em nossas atitudes diárias, nas campanhas das empresas e nas políticas públicas.
O Natal, como data simbólica, deveria ser uma celebração de igualdade e não de exclusão.