A política em Ribeirão Corrente, a 30 km de Franca, segue conturbada e cheia de reviravoltas. O vereador Carlos Adriano Miranda (PL), o "Carlim", perdeu seu cargo novamente na última sexta-feira, 6, em decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).

O parlamentar foi cassado em maio deste ano após enfrentar uma CP (Comissão Processante) por denunciar ao Ministério Público suposta prática de nepotismo na Prefeitura da cidade. Carlim recorreu da decisão e conseguiu voltar ao cargo em junho deste ano, por decisão da Vara da Justiça de Franca. Porém, a Câmara recorreu ao TJ-SP, e obteve a nova decisão. O Tribunal diz que a questão é administrativa da Câmara Municipal.

O vereador já foi notificado e seu suplente convocado para concluir o atual mandato, que se encerra em 31 de dezembro. “Fiz sustentação oral no Tribunal na quarta-feira e conseguimos êxito. A sentença foi reformada e a liminar derrubada”, disse o advogado representante da Câmara de Ribeirão Corrente, Denílson Carvalho.

Carlim lamenta a posição do Legislativo da cidade reafirmando que apenas vem cumprindo seu papel de vereador. “Cassar um vereador por cumprir uma de suas funções que é a de fiscalizar os atos do Poder Executivo. Eles querem ganhar no tapetão, querem me tirar à força. Vou recorrer”, disse.

Mas o caso não deve se encerrar com essa última decisão. Carlim foi reeleito nas eleições de outubro de 2024, para novo mandato de 2025 a 2028. Com isso, a Justiça Eleitoral terá que decidir sobre o imbróglio. “A diplomação será nesta próxima semana, a Câmara Municipal informará o juiz eleitoral por ofício e aguardará um posicionamento”, acrescenta Denílson Carvalho.

Reeleito com o maior número de votos (292 votos) entre os candidatos neste ano, Carlim aguarda uma posição da Justiça eleitoral. “Eles querem também barrar minha diplomação, minha posse. Eu sendo o mais votado, seria quem comandaria também a cerimônia de posse. Caso necessário, vamos entrar com recurso”, disse Carlim, acrescentando. “A presidente da Câmara, Aline Carrer (PTB), já até retirou minhas indicações da pauta da próxima sessão. Eles usam e abusam do poder”.

O caso