Os produtos mais consumidos na ceia no Natal devem ter um aumento médio de 5,8%, segundo projeções da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
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O cálculo foi feito com base no IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) de novembro, que mede a variação do valor dos produtos entre o dia 16 de um mês e o dia 15 do mês seguinte.
No levantamento, livros (12%), produtos para a pele (9,5%) e alimentos geralmente consumidos no domicílio (8,3%) serão os três principais responsáveis pelo aumento. Em 2023, os livros também fecharam o ano como o item com maior inflação entre os produtos natalinos, somando 9,1%.
Perfumes (7,9%) e sapatos infantis (7,3%) também contribuíram para a subida dos preços. A variação segue a tendência de aumento do ano passado, quando os perfumes aumentaram 8,3% em 12 meses, o terceiro item com maior crescimento no período.
O jantar da véspera de Natal também deve ficar mais caro. O bacalhau e o vinho, tipicamente consumidos na ceia, ficarão 3,6% e 4,4% mais caros, respectivamente. O preço dos enfeites, por outro lado, será 3% mais em conta.
Outros produtos também devem ter um preço menor em relação ao Natal do ano passado. Bicicletas (-6,2%) e aparelhos telefônicos (-5,5%) são os itens com as maiores redução da lista.
Os brinquedos, comumente adquiridos como presente de final de ano para crianças, também terão uma redução se comparados com 2023. Esses itens devem ficar 3,5% mais baratos.
Confira o que ficará mais caro e mais barato no Natal:
Fonte: Folha de SP
A projeção adotada pela CNC para a inflação geral dos produtos típicos do período é de 5,8%. A confederação estima que a média do aumento a inflação em geral será de 4,9%. Para essa cesta de Natal, foram acompanhadas as variação de preços em 25 categorias.
Aumento nas vendas
Apesar do aumento de preços, a CNC projetou um crescimento de R$ 1,1 bilhão para as vendas de Natal em 2024. Em relação ao ano passado, o faturamento real deve ter alta de 1,3%, já desconsiderando a inflação acumulada no período. A expectativa é de que o feriado natalino alcance R$ 69,75 bilhões em vendas.
Hipermercados e supermercados são os setores responsáveis pela maior movimentação financeira. No total, esse seguimento deve somar 31,37 bilhões, equivalendo a 45% do total do faturamento projetado. Em seguida, vem o setor de vestuário, com 20,07 bilhões, o que corresponde a 28,8% das vendas esperadas.
Os valores ainda ficam abaixo do que era gasto pelos consumidores antes da pandemia. Em 2019, por exemplo, a CNC projetou um ganho de R$ 73,74 bilhões no mesmo período.
As compras de Natal sempre aquecem o faturamento comércio, que tem um aumento médio de 25% nas vendas entre novembro e dezembro. Pouco mais de 50% das vendas projetadas para 2024 estão concentradas na região Sudeste, que deve ser responsável por um faturamento de R$ 35,38 bilhões.
Mercado de trabalho
A CNC estimou também a quantidade de contratações temporárias que o setor do comércio deve fazer neste final de ano. Segundo a projeção, serão cerca de 98 mil pessoas contratadas para reforçar as atividades do comércio no Natal.
Estima-se também que 7.800 desses trabalhadores serão efetivados. Em relação a 2023, a expectativa é menor. No ano passado, 100,4 mil pessoas foram contratadas como reforço para o período.
Fabio Bentes, economista da CNC, afirma que a redução tem relação com o aumento do quadro de funcionários ao longo de 2024. "A força de trabalho no setor cresceu cerca de 3%. Nos últimos 12 meses, foram 240 mil vagas criadas. Isso faz com que o setor dependa menos do trabalho temporário neste ano", disse.
O bom momento do mercado de trabalho também é apontado por Bentes como um dos motivos pelo aumento nas vendas. No terceiro trimestre de 2024, o desemprego caiu para 6,2%, o menor patamar desde o início da série histórica, em 2012.