Após cerca de 25 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Jaú (a 47 quilômetros de Bauru) condenou quatro pessoas por tentativa de homicídio qualificado, absolveu uma e desclassificou a imputação de lesão corporal grave de um dos réus. Todos eles foram denunciados como autores ou por terem encoberto crimes de sequestro, tortura e espancamento de um jovem, em 2022.
O caso, que segundo o Ministério Público (MP) apresentava indícios de tentativa de execução pelo “tribunal do crime”, chegou a um desfecho na última quinta-feira (28).
Os seis envolvidos no processo foram apontados pela denúncia do promotor Rogério Rocco Magalhães como integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A vítima, na época com 22 anos, teria furtado drogas e uma arma pertencente ao grupo criminoso. Ela tentava fugir da cidade quando foi capturada pelo “tribunal” e submetida a severas agressões por cerca de três horas. Após a tortura, o jovem foi descartado em estado grave em um lixão na cidade e só sobreviveu porque foi encontrado por moradores e levado à Santa Casa de Jaú.
A vítima, em audiência, reconheceu alguns dos réus como autores das agressões. No entanto, durante o julgamento, recuou e negou conhecer os suspeitos. Chegou a afirmar, inclusive, que todos os seis eram inocentes, em uma mudança repentina, cujas razões são desconhecidas.
O Caso
De acordo com o relatório da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), no dia 26 de novembro de 2022, a vítima deu entrada na Santa Casa de Jaú em estado grave, com diversos ferimentos no corpo e traumatismo craniano decorrente de espancamento.
Na mesma data, a polícia recebeu informações de que o jovem foi levado das imediações da rodoviária por vários indivíduos e agredido nas proximidades da empresa Águas de Jahu. Depois, o jovem teria sido levado em um carro para outra localização para foi, novamente, agredido por vários indivíduos.
Informações obtidas pela polícia junto a familiares da vítima apontaram o motivo das agressões. O jovem teria furtado uma pistola 9mm e drogas que seu irmão estaria guardando para um dos réus.