A Polícia Civil prendeu em uma operação realizada na manhã desta terça-feira (3), em Bauru, seis pessoas no âmbito das investigações relativas ao caso Claudia Lobo. Entre os detidos estão Letícia Lobo, a filha de Claudia, Pérsio Prado, pai de Letícia, a irmã da secretaria-executiva, Helen Lobo, o esposo dela, Diamantino, assim como funcionários da Apae e ex-funcionários da entidade e um policial militar reformado, que fazia serviço de segurança na Apae. Um dos acusados ainda não foi preso e Roberto Franceschetti Filho, acusado pela morte de Claudia, já estava preso. Veja lista completa.
O trabalho desencadeado pelo delegado Glaucio Stocco, titular do Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), apreendeu também muitas jóias, asssim como carros e documentos que teriam sido obtidos via desvios da Apae. Também foram recolhidas armas e celulares, através de mandados de busca e apreensão cumpridos em 18 endereços. Os presos são investigados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Segundo o delegado, as prisões temporárias, válidas por 5 dias, foram concedidas pela Justiça para que as investigações prossigam. Ele aponta para uma organização criminosa instalada na Apae, inclusive com envolvimento de empresários, com divisão de tarefas.
O chefe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Ricardo Dias, afirmou que a Polícia Civil vai quebrar o segredo de Justiça ainda nesta terça-feira (3). Sem poder fornecer mais detalhes por enquanto, ele adiantou que os valores desviados da APAE de Bauru serão revelados à população e são de assustar. “Trata-se de um trabalho muito complexo, envolvendo dezenas de buscas e apreensões. Fizeram a APAE sangrar em milhões de reais”, comentou o delegado. O JCNET acompanha o caso e uma coletiva de imprensa será realizada nesta quarta-feira (4).
O advogado que representa os familiares de Claudia Lobo informou que uma audiência de custódia será feita nesta quarta-feira.
NOTA DA APAE
A Apae Bauru informou, por meio de nota, que recebeu, via imprensa, as atualizações a respeito dos mandados de prisão e de busca e apreensão realizados nesta data pela operação da Polícia Civil. A Apae declara que irá aguardar a entrevista coletiva do Delegado Dr. Glaucio Stocco, para obter mais informações sobre a investigação que se encontra em segredo de justiça.
A Apae também comunica que a perícia contábil e financeira segue em andamento e assim como as investigações segue em segredo de justiça. A perícia está investigando o período referente a gestão do Roberto Franceschetti Filho, que compreende os anos de 2022 a 2024.
Por fim, a instituição destaca que colabora e confia no trabalho da Polícia Civil e aguarda para em breve poder colaborar com maiores informações, e também agradece todo o esforço da imprensa em colaborar e preservar a imagem da APAE Bauru.
É crucial compreender que os fatos foram cometidos pelas pessoas neles envolvidas, e não pela instituição. Assim, ressaltamos que a APAE Bauru segue prestando o serviço de excelência aos seus usuários nas áreas de Assistência Social, Educação e Saúde.
RELEMBRE O CASO
Claudia Lobo desapareceu na tarde do dia 6 de agosto, quando deixou a unidade administrativa da Apae onde trabalhava, na rua Rodrigo Romeiro, no Centro, com uniforme, segurando um envelope na mão. Na ocasião, ela embarcou em uma Spin branca da entidade, sem levar bolsa e celular. Também não avisou ninguém para onde iria. A entrada da secretária-executiva no veículo foi flagrada por câmeras de segurança.
O desaparecimento foi registrado na Polícia Civil na noite do mesmo dia. Já a Spin foi localizada na manhã seguinte, destrancada, com a chave no quebra-sol, na Vila Dutra. O veículo passou por perícia e, durante os trabalhos, segundo a Deic, foram encontrados sangue e o estojo de uma arma, compatível com a pistola calibre 380 apreendida posteriormente com o ex-presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho, que está preso no CDP de Guarulhos, acusado pelo crime.