OPINIÃO

A eleição conservadora

Por Arnaldo Ribeiro |
| Tempo de leitura: 2 min
O autor é formado em Gestão Pública, jornalista, contador e vereador eleito de Bauru

Passadas algumas semanas das eleições é hora de tentar compreender os recados que as urnas nos enviaram.

No primeiro turno, 2.444 municípios reelegeram seus prefeitos, inclusive, como o leitor já deve saber, Bauru. Isso representa 44% das cidades brasileiras. Esse é o maior percentual desde que a possibilidade de reeleição passou a valer, em 2000. Os dados foram levantados pelo UOL.

Isso nos mostra em primeiro lugar que a mudança e a busca de novos nomes foram muito mais cautelosos e conservadores. O trabalho mostrado e consolidado nos quatro anos foi o que de fato balizou as escolhas.

Indo um pouco mais a fundo, podemos analisar a percepção do eleitor em relação à classe política. Se há muito pouco tempo a palavra de ordem era "mudança", e havia um forte sentimento antipolítica, o quadro agora parece ser um pouco diferente.

Outro sinal que nos foi enviado, não só pelas urnas, mas ao longo de toda a campanha, é de um clima um pouco menos polarizado. Neste 2024, os episódios de violência política não foram tão evidentes quanto em 2022, felizmente. Está certo que tivemos um debate na capital paulista que vai ficar na história por causa de uma certa cadeirada, além de alguns fatos mais isolados. Ainda assim, nas ruas e mesmo nas redes sociais, o tom não foi de alta tensão e "nós contra eles".

Acho que falta um debate mais profundo nas campanhas a nível Brasil, seja ela para as Câmaras de Vereadores ou para as Prefeituras, mas vejo um avanço. As urnas nos dizem que depois de anos de polarização enorme, estamos caminhando para um tempo de maior equilíbrio e um certo conservadorismo. Nas Câmaras Municipais não foi diferente, aquela conta de mudança em torno de 50% pouco ocorreu a nível Brasil e incluindo nossa Bauru.

Que os eleitos saibam ouvir essa mensagem e tragam equilíbrio para os novos mandatos. Ainda há muito para caminharmos. Uma política com mais respeito, voltada para o bem da população, é um sonho do qual não podemos abrir mão. Que tenhamos menos cadeiradas e mais debates produtivos.

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