3ª FASE DA OPERAÇÃO

Líderes de quadrilha são presos em operação do Gaeco em Jundiaí

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 4 min
O promotor e o tenente falaram à imprensa sobre a 3ª fase da operação
O promotor e o tenente falaram à imprensa sobre a 3ª fase da operação

Dois homens suspeitos de serem os líderes de uma grande quadrilha de tráfico de drogas atuante na região de Jundiaí, foram presos na manhã desta quinta-feira (28), durante a 3ª fase da Operação Recolha, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Polícia Militar do 11º Batalhão e com o Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep), de Campinas. As capturas foram mediante cumprimentos de mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça - também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. De acordo com as investigações, a quadrilha vinha agindo também em parceria com guardas municipais, sendo que GMs de Várzea Paulista e Jundiaí chegaram a ser presos nas fases anteriores.

Segundo o promotor Felipe Duarte Paes Bertolli, em entrevista coletiva na sede do 11º Batalhão, um dos homens capturados nesta quinta-feira já havia sido preso em 2021, durante a primeira fase da operação. Porém, ele conseguiu posteriormente na Justiça, ser liberado para responder ao processo em liberdade. "Ocorre que, em liberdade, ele acabou sendo preso pela Polícia Civil de São Paulo em uma refinaria de drogas em Jarinu, ocasião em que estava com um carro em nome de outra pessoa, sendo que esta outra pessoa também é alvo desta nossa investigação, e não havíamos conseguido prendê-lo nas fases anteriores. Desta forma, percebemos que ambos, considerados os líderes da quadrilha, continuaram ligados e atuando no crime, sendo esta uma das razões pelas quais solicitamos novo mandado de prisão para o primeiro alvo (o que havia conseguido liberdade na Justiça). No caso do outro homem, ele já estava com mandado em aberto e era considerado foragido desde as fases anteriores", explicou Bertolli.

A terceira fase da operação, portanto, nesta quinta-feira, foi realizada para capturar a dupla. Um deles foi preso pelo Baep, no Jardim Tamoio. "Quando ele percebeu a chegada da polícia, saiu correndo. Os policiais foram atrás, em perseguição a pé por cerca de dez quarteirões, e o alcançaram. Na tentativa de detê-lo, ele reagiu. Depois de algemado, tentou se livrar das algemas e precisou ser contido", falou o promotor.

O outro procurado foi capturado pelos PMs de Jundiaí. "Nossas equipes foram até a casa dele (na comunidade Meias Aço), mas não o encontraram. Depois, porém, o localizamos enquanto transitava de carro pela cidade. Efetuamos a abordagem e a captura", comentou o 1º tenente Begalli, do 11º Batalhão.

Além das capturas, foram apreendidos celulares, computadores e outros itens que serão periciados. "Não podemos dizer que este caso foi finalizado após essas três fases. A perícia que será realizada no material que apreendemos é que vai determinar isso. Se encontrarmos novos indícios ou suspeitos de envolvimento com a quadrilha, a investigação prossegue", falou o promotor.

RELEMBRE

A Operação Recolha teve início em 2021, destacando-se pela desarticulação de uma organização criminosa composta por traficantes de drogas com ramificações em órgãos públicos. Nas duas primeiras fases da operação, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão. De acordo com o Gaeco, "entre os criminosos presos e já julgados, o índice de condenações está em 100%, com penas que superam 10 anos de prisão em regime fechado".

A operação mapeou o sistema de distribuição de drogas, crimes contra o patrimônio e corrupção de agentes públicos na região de Várzea Paulista e Jundiaí. Para se ter uma ideia, na primeira fase da operação participaram 14 promotores de Justiça, 13 servidores do MPSP e 273 policiais militares dos cinco Batalhões de Polícia de Choque e do Regimento de Cavalaria, tendo havido inclusive emprego de cães farejadores. Na ocasião, 10 traficantes foram presos e 40 kg de drogas, além de diversas armas de fogo, foram apreendidos. Ainda pela primeira fase, foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão nas sedes das Guardas Municipais de Jundiaí e Várzea, bem como nos endereços residenciais dos investigados. Onze guardas municipais foram presos temporariamente e outros dois, presos em flagrante por tráfico de drogas.

Na segunda fase, em abril de 2022, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão com a participação de promotores de Justiça, servidores do Gaeco e policiais militares do 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). As buscas resultaram na apreensão de celulares, equipamentos eletrônicos e documentos de interesse das investigações.

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