HOMICÍDIO

Ex-marido encomenda morte de mulher: saiba como foi o crime

Por Jesse Nascimento | Cruzeiro
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Lilian Cristina Cabete foi morta aos 59 anos
Lilian Cristina Cabete foi morta aos 59 anos

Uma operação policial elucidou o assassinato de Lilian Cristina Cabete, de 59 anos, morta a tiros na manhã de segunda-feira (25), na rua Vicente Mota Ferreira, no bairro Vila São Crispim, em Cruzeiro.

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Três pessoas foram presas: o ex-companheiro da vítima, de 60 anos, apontado como mandante, e dois jovens cúmplices, de 21 e 19 anos. O crime chocou a região e revelou um plano cuidadosamente arquitetado.

Lilian foi atingida por disparos de arma de fogo por volta das 8h48 da manhã, enquanto saía de sua residência. Testemunhas relataram terem ouvido três estampidos e viram o autor, de 19 anos, fugindo a pé, usando um boné.

Policiais militares que atenderam à ocorrência encontraram Lilian inconsciente. Ela foi levada à Santa Casa de Cruzeiro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

No local do crime, peritos do Instituto de Criminalística encontraram vestígios de sangue e coletaram elementos para análise. As primeiras informações indicaram a possível participação do ex-companheiro, que tinha histórico de violência contra a vítima e descumprimento de medida protetiva.

O mandante.

O ex-companheiro foi identificado, preso e conduzido à delegacia logo após o crime. A polícia revelou que Lilian havia registrado boletins de ocorrência contra ele recentemente.

Câmeras de segurança foram cruciais para traçar os movimentos do mandante no dia do crime. Imagens mostram que ele saiu de casa às 5h05, retornando às 9h08, pouco após a execução. Durante esse intervalo, ele foi visto em deslocamento com sua motocicleta, uma Honda CG, passando por bairros estratégicos que dão acesso ao local do crime.

Além disso, testemunhas relataram que o ex-companheiro de Lilian utilizou telefones de vizinhos para realizar ligações suspeitas. Entre os números contatados, segundo a investigação, estava o do jovem, de 21 anos, que foi identificado como intermediário entre o mandante do crime e o autor. Prints das chamadas e relatos reforçaram a suspeita.

Intermediário.

As investigações apontaram que o intermediário, sobrinho do mandante, intermediou o contato com o autor dos disparos, conhecido por atividades criminosas em Itanhandu (MG).

Na noite anterior ao crime, o mandante foi visto hospedando o autor do homicídio, que se apresentou com o nome falso de “João Gabriel” em um hotel da cidade. Funcionários confirmaram que a hospedagem foi paga via Pix. O mandante buscou o autor no início da manhã de segunda, para levá-lo ao local do crime.

O autor, então, aguardou Lilian sair de casa e a executou a tiros antes de fugir. Ele foi reconhecido por testemunhas, incluindo uma mulher, vizinha da vítima.

Conexão mineira.

No dia anterior ao crime, o ex-marido foi visto viajando para Minas Gerais, onde buscou o autor. Essa movimentação foi confirmada por câmeras de segurança e pelo depoimento de uma testemunha, que relatou ter ouvido o ex-companheiro de Lilian mencionando que buscaria alguém na divisa entre São Paulo e Minas Gerais.

Além disso, registros de telefonia mostraram que o mandante do crime realizou chamadas para o autor e o intermediário antes e depois da execução de Lilian. O número do autor é vinculado a um Pix utilizado para pagamento no hotel.

Prisão.

Após diligências na cidade de Itanhandu (MG), com apoio da Polícia Militar mineira, o autor e intermediário da negociação foram localizados e detidos. Ambos negaram envolvimento, mas evidências como imagens de câmeras, comprovantes de pagamento e depoimentos reforçaram a participação dos dois no crime.

O mandante também negou conhecer o jovem que teria intermediado as negociações do crime, mas foi confrontado com imagens e depoimentos que desmentiram sua versão.

A investigação concluiu que o ex-companheiro de Lilian contratou o autor para executar a mulher, com o sobrinho dele atuando como intermediário. O mandante hospedou o autor em Cruzeiro, forneceu os recursos para a execução e planejou os movimentos com antecedência.

Diante das provas, a Autoridade Policial deu voz de prisão em flagrante aos três envolvidos. Eles foram autuados por homicídio qualificado. Os três permanecem à disposição da Justiça, enquanto as investigações prosseguem.

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