PROJETO REGIONAL

MP quer normatizar atendimento ao público LGBTQI+

Por Lilian Grasiela | da Redação
| Tempo de leitura: 1 min
Mateus Ferreira/JC Imagens
MP encaminhou recomendações a delegacias de municípios abrangidos pelo projeto regional diver (cidades)
MP encaminhou recomendações a delegacias de municípios abrangidos pelo projeto regional diver (cidades)

O Ministério Público (MP) encaminhou recomendações a delegacias de municípios abrangidos pelo projeto regional diver (cidades), voltado à promoção de políticas públicas de enfrentamento à LGBTfobia, com o objetivo de normatizar o atendimento ao público LGBTQI nas unidades.

Receberam o documento, que integra procedimento administrativo de acompanhamento do MP, delegados das cidades de Bauru, Arealva, Avaí, Cerqueira César, Águas de Santa Bárbara, Iaras, Pederneiras, Boraceia, São Manuel, Pratânia, Areiópolis, Ibitinga, Tabatinga e Lençóis Paulista.

Nele, as Promotorias de Justiça orientam que, no atendimento, as pessoas travestis e transexuais sejam indagadas se querem ser tratadas pelo nome social ou nome civil. Se a opção for pelo primeiro caso, o nome social deverá constar em todos os atos policiais, juntamente com o civil.

Além disso, notícias de atos criminosos homofóbicos e transfóbicos deverão ser registradas como infrações previstas na Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Lei do Crime Racial), sobretudo a injúria racial (artigo 2º-A), comumente registrada como injúria (artigo 140 do Código Penal).

O MP recomenda, ainda que, notícias de crimes de homicídio motivados por preconceito homofóbico ou transfóbico sejam registradas pelas delegacias de polícia da região com a qualificadora do motivo torpe, que está prevista no inciso I, parágrafo 2º, do artigo 121 do Código Penal.

Também orienta que, nos registros de ocorrências de atos criminosos homofóbicos e transfóbicos sejam preenchidos os campos "intolerância" e "tipo de intolerância - homofobia ou transfobia", permitindo, assim, a criação de estatísticas para o desenvolvimento de políticas públicas.

"Muito embora tenha havido, nos últimos anos, algum avanço em matéria de direitos e garantias à comunidade LGBTQI , o Brasil é, reconhecidamente, uma sociedade que discrimina essa comunidade e contra ela comete inúmeras formas de violência", cita o MP na recomendação.

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