Em reportagem do jornal New York Times, especialistas apontam um conjunto de alimentos capazes de conter a inflamação no organismo. Assim como dietas ricas em alimentos altamente processados e açucarados estão conectadas à inflamação crônica, o consumo de frutas frescas, vegetais, fibras e algumas gorduras já demonstrou ajudar a reduzi-la substancialmente.
Segundo Sean Spencer, gastroenterologista e médico-cientista da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, a fibra nos vegetais é essencial para alimentar e manter o microbioma intestinal, que sinaliza ao sistema imunológico para manter a inflamação baixa.
Os antioxidantes nos vegetais também podem ajudar. Tami Best, nutricionista de Nova York, recomenda especialmente os vegetais de folhas verdes, como espinafre, couve, brócolis, acelga e rúcula.
Nate Wood, médico e diretor de medicina culinária na Faculdade de Medicina de Yale, aponta que feijões, lentilhas, edamame, tofu, tempeh e outros alimentos à base de leguminosas podem ser poderosos combatentes da inflamação porque são ricos em fibras e antioxidantes. As frutas são outro grupo de alimentos anti-inflamatórios ricos em fibras e antioxidantes. Especiarias como cúrcuma e temperos como gengibre, cardamomo e alho podem funcionar muito bem também. A cúrcuma foi associada à redução da inflamação. Estudos sugerem que os ácidos graxos ômega-3 também combatem a inflamação. Outra opção são os alimentos fermentados, como iogurte, kimchi, chucrute e kombucha.
Juntos ou separados, eles podem ajudar a saúde
- Legumes e folhas verdes: A fibra e os antioxidantes nos vegetais são essenciais: espinafre, couve, brócolis, acelga e rúcula.
- Leguminosas: Feijões, lentilhas, edamame, tofu, tempeh e outros alimentos à base de leguminosas ajudam.
- Frutas: Cerejas e frutas vermelhas ácidas são ricas em flavonoides que combatem a inflamação.
- Especiarias: A cúrcuma foi associada à redução da inflamação em animais. Gengibre e alho também valem.
- Fermentados: Iogurte, kimchi, chucrute e kombucha caem bem.
- Ômega-3: Peixes gordurosos (salmão, arenque, cavala, atum), ovos, nozes, linhaça e cânhamo).
- Café e chá: Ricos em antioxidantes, mas consuma com moderação.
É um 'universo de sabores', afirma médico
Como vários nutrientes podem ajudar a reduzir a inflamação, quem busca diminuí-la deve se concentrar em consumir uma grande variedade de frutas, vegetais, fibras, ômega-3 e outros alimentos que a combatam, destaca Wood. Ele orienta a comer pelo menos 30 alimentos diferentes por semana.
O gastroenterologista Sean Spencer concorda. Segundo ele, não há alimento ou produto mágico que acabe com a inflamação por si só, mas, sim, a variedade de opções saudáveis e saborosas. "Há todo um universo de sabores além dos alimentos processados", afirma.
A inflamação não é totalmente ruim. Especialistas às vezes a descrevem como um mal necessário. É uma resposta do sistema imunológico que ajuda a pessoa a se manter segura e a se curar de doenças, embora nem sempre seja agradável: frequentemente causa vermelhidão, inchaço e dor.
O problema é quando os níveis de inflamação no corpo permanecem altos por meses ou anos seguidos. A inflamação crônica não tratada pode aumentar o risco de problemas de saúde sérios e males como câncer, doenças cardiovasculares, artrite e diabetes tipo 2.