Após receber queixas de comerciantes insatisfeitos com a retirada de vagas de estacionamento das quadras 5 a 15 da avenida Nossa Senhora de Fátima, no sentido Centro-bairro, o presidente da Emdurb, Donizete do Carmo dos Santos, informou que um novo estudo será realizado a fim de analisar alternativas para acomodar veículos de clientes e caminhões de carga e descarga de mercadorias. A decisão foi tomada em reunião com representantes do grupo de empresários na tarde desta sexta-feira (1), na Emdurb, da qual também participou o diretor de Sistemas Viários e Trânsito, Flávio Kitazume.
Em nota, a empresa pública informou que as alterações levaram em conta o comércio local, priorizando a permissão de estacionamento no sentido bairro-Centro, que possuía mais vagas. E acrescentou que, enquanto o estudo é realizado por engenheiros, as obras prosseguem.
Proprietário de uma loja de calçados e uma ótica localizada na quadra 8, Jefferson Lima foi um dos seis comerciantes que participaram da reunião em nome dos 95 empresários mobilizados em reverter a proibição. De acordo com ele, o presidente da Emdurb teria dito que intermediaria um possível agendamento de audiência com a prefeita Suéllen Rosim e a secretária de Obras, Pérola Zanotto.
'Apavorados'
Santos também teria antecipado que, como a pista no sentido Centro-bairro foi estreitada para permitir o alargamento do sentido oposto, a retomada da permissão para estacionar é remota. "É o que mais nos preocupa, porque não tem como colocar vagas de carga e descarga no lado que foi diminuído sem reverter a decisão. Se o caminhão do fornecedor parar, vai impedir a passagem dos carros. Os comerciantes não têm mais como receber mercadorias. Estamos apavorados", lamenta Lima.
O empresário lembra que a extinção das vagas, ocorrida no contexto das obras de recuperação da avenida, deu-se na principal época do ano para o setor. E teme o risco de, em pouco tempo, diversos estabelecimentos fecharem, com perdas financeiras aos empresários e também aos funcionários, que ficarão sem emprego.
"Já tínhamos dificuldade com falta de vagas antes. Agora, a situação fica ainda pior. Não queremos que a avenida Nossa Senhora de Fátima se transforme em uma Duque de Caxias, uma Rodrigues Alves, onde o comércio praticamente morreu depois de proibirem o estacionamento. Não houve diálogo com os comerciantes para saber quais eram nossas necessidades e esta mudança trará impactos na economia da cidade", projeta.
Falta diálogo
Ainda na sexta-feira, a Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib) apontou a necessidade urgente de a prefeitura aprimorar a comunicação com a população e, especialmente, com o comércio local - e não apenas para informar sobre cronogramas e locais de interdição, mas para compreender as demandas da cidade. "As avenidas e ruas de Bauru não precisam só de recape, precisam de conversa, de empatia por parte da prefeitura", ressalta o presidente da entidade, Paulo José Aiello.
A Acib também reconheceu que o trânsito na avenida está complicado e reforçou seu apoio às melhorias viárias, especialmente nos locais com fluxo de pessoas e veículos mais intenso. Porém, solicitou ampla divulgação das próximas etapas da obra e a discussão de alternativas para o estacionamento e a carga e descarga, a fim de garantir que haja o mínimo de impacto negativo sobre os negócios e a população.
Prefeitura se manifesta
Em nota, a prefeitura informou que, além do recapeamento, as valetas da avenida estão sendo suavizadas. Ainda neste ano, cinco novos semáforos serão instalados e a conversão à esquerda será proibida. Sobre a proibição de estacionamento, o Executivo acrescentou que a alteração foi necessária para dar mais fluidez na via, que passará a contar com duas faixas de rolamento em cada sentido, com permissão para estacionar na pista bairro-Centro.
"Atualmente, a avenida conta com apenas uma faixa de rolamento em cada sentido. O lado escolhido para a proibição é justamente o que possui mais guias rebaixadas e, portanto, já tinha menor disponibilidade de vagas", completa. Com previsão de término até o fim de novembro, as obras são realizadas por uma empresa terceirizada contratada por licitação ao custo de R$ R$ 2.849.997,63.