VIOLÊNCIA

'Aproveitaram fome para matá-lo', diz tia de criança envenenada

Por Bruna Fantti | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Criança morreu por suspeita de envenenamento no Rio; outro menino de 7 anos está internado
Criança morreu por suspeita de envenenamento no Rio; outro menino de 7 anos está internado

O enterro do menino Ythallo Raphael Tobias Rosa, 6, foi marcado por emoção na tarde desta quarta-feira (2) no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro. A suspeita é que a criança tenha morrido após comer um bombom envenenado.

Um primo de 12 anos da vítima afirma que uma mulher ofereceu o doce quando eles voltavam da escola. Ythallo teria dado um pedaço do bombom a um amigo de 7 anos, que está internado em estado grave.

"Acabaram com a vida dele. Por que, meu Deus? Levaram o nosso menino. Aproveitaram a fome dele para matar. Que mundo é este? Que vida é essa em que as nossas crianças não podem nem brincar em paz? Ela matou um anjo, o Ythallo só tinha 6 anos", gritou Michele Tobias, tia da criança, enquanto o corpo era enterrado.

"Essa mulher matou uma criança de 6 anos. Até quando crianças de comunidade não vão poder brincar em paz na rua? Hoje foi a mãe do Ythallo, amanhã serão outras mães. Isso não é uma mulher, é um monstro. Quem matou o Ythallo? Pedimos ajuda a quem for preciso", disse Michele a jornalistas.

Ainda segundo a tia da criança, a abordagem ocorreu na rua Antonio Saraiva, que seria coberta por câmeras de monitoramento. A polícia analisa as imagens.

Parentes e amigos usavam camisa branca e levaram cartazes com a frase "Quem matou?".

Ythallo chegou à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Del Castilho (zona norte) na noite de segunda (30) com parada cardiorrespiratória. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a criança recebeu manobras de reanimação, mas não resistiu.

A equipe médica da unidade desconfiou de envenenamento, e a perícia encontrou grânulos marrons no estômago da vítima. A característica é compatível a chumbinho, mas exames ainda vão confirmar a informação.

Em depoimento, o primo de Ythallo contou que uma mulher, que estava em uma moto e usava capacete, parou ao lado das crianças quando elas retornavam da escola. Ela teria oferecido o doce, mas ele recusou. Já Ythallo aceitou o bombom e deu um pedaço do doce a outro amigo em troca de um pouco de açaí.

O amigo deu entrada na mesma UPA naquele mesmo dia. A Secretaria de Saúde disse que a criança foi atendida e transferida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, mas não detalhou quais seriam os sintomas apresentados. Ele está internado em estado grave.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital, que tenta confirmar a versão e identificar a suspeita.

Comentários

Comentários