A prefeita Suéllen Rosim (PSD) disse nesta segunda-feira (30) que a concessão do sistema de esgoto à iniciativa privada deve sair já até o final deste ano e a retomada das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa já no primeiro semestre do ano que vem.
A mandatária defendeu o projeto e disse que o cenário já seria outro não fosse o travamento da pauta legislativa - problema que durou três meses em razão do regime de urgência incorporado ao projeto da concessão na Câmara - e disse que a discussão em torno do texto "se tornou ideológica".
"Nós temos recursos [para terminar a ETE], é claro que temos, mas a discussão nunca foi dinheiro. Foi projeto. O modelo tentado lá atrás, por licitação, não deu certo", mencionou.
Também no primeiro semestre, aposta a mandatária, seu governo, se reeleito, deve começar as audiências relacionadas à revisão do Plano Diretor, vencido desde 2018, e também da Lei de Zoneamento. A expectativa, disse a prefeita, é encaminhar os textos-base dos projetos à Câmara até junho.
Candidata à reeleição, a mandatária foi a sétima sabatinada do Fórum de Engenharia, Urbanismo e Cidade, promovido pela Assenag, SEESP, IAB e Crea-SP, com apoio deste JC, e afirmou aos presentes que perdeu um ano e meio de governo em virtude da pandemia.
"Nesta época nossa única prioridade era a saúde. Não tínhamos nem governador nem presidente", afirmou a prefeita, que disse só ter conseguido começar a focar outras frentes de trabalho na metade de 2022.
Somente dali em diante, sustentou Suéllen, foi possível dar início efetivamente ao mandato. "E começamos a arrumar a casa, como prometemos em 2020. Ainda não está 100%, temos projetos desafiadores", acrescentou. "Diagnosticamos os principais problemas, gargalos, mas há muito a ser feito", pontuou.
A prefeita rebateu as críticas sobre terceirizar a atualização do Plano Diretor ou da Lei de Zoneamento e disse que a medida, na verdade, evita sobrecarregar servidores - sobretudo da Secretaria de Planejamento, afirmou a prefeita, que já têm carga de trabalho elevada.
Questionada sobre procedimentos para reduzir a burocracia na máquina pública - medida da qual a prefeita garantiu ser 1000% a favor -, Suéllen disse que já começou o processo de desburocratização com iniciativas como a digitalização de processos e novos equipamentos. "Antes chovia nos computadores da Seplan", mencionou.
Outra iniciativa, segundo Suéllen, é a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da prefeitura. A mandatária disse que deve entregar a minuta da revisão à Câmara já até o final deste ano.
Além da revisão, a prefeita mencionou também que o pacote do PCCS inclui também um potencial novo organograma da administração - o que inclui eventualmente novas secretarias. "Veja a questão da habitação. Ter uma secretaria do setor não é um luxo, mas uma necessidade", disse a mandatária.
Sobre a revitalização do Centro, Suéllen aposta na transferência da prefeitura e algumas secretarias para o prédio da Estação Ferroviária para retomar atividades na região.
A prefeita também defendeu repensar o papel da Seplan - que, segundo ela, "não planeja" - e disse que ações de planejamento serão indexadas à futura Secretaria de Governo. A mesma pasta abarcará o instituto de planejamento - espécie de banco de projetos que projetem a cidade a curto, médio e longo prazo -, disse a prefeita.
Já com relação à falta de água, Suéllen admitiu que as ações tomadas até aqui não foram suficientes para eliminar o problema e disse que o cenário seria outro se prefeitos anteriores tivessem investido no setor.
Mencionou, porém, ter aberto novos poços e construído novos reservatórios. "Também temos o governo do Estado nos ajudando pela primeira vez", comentou.
