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Sono: acordar de madrugada no mesmo horário não é coincidência

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Você acorda no meio da noite, dá aquela espiadinha para ver as horas e são 3h. O mesmo horário que acordou ontem. Comenta sobre essa coincidência e alguém diz que também sempre acorda entre 3h e 4h. O que acontece de mágico nesse horário que faz tanta gente despertar?

Embora existam muitas teorias fascinantes e até espirituais sobre o assunto, a explicação científica é simples. O sono é composto por quatro ciclos (N1, N2, N3 e REM) que, juntos, duram cerca de 90 a 120 minutos. Isso se repete ao longo da noite. Depois que você percorre os quatro estágios, é normal acordar brevemente.

Então, segundo especialistas, como tendemos a ir para a cama aproximadamente na mesma hora todas as noites, e esses ciclos têm quase sempre a mesma duração, podemos acordar no mesmo horário durante a madrugada. Esses despertares noturnos geralmente duram pouco - de apenas alguns segundos a alguns minutos -, mas se eles acontecerem com muita frequência ou se houver dificuldade para voltar a dormir, isso pode ser sinal de algum problema.

SEGUNDA METADE

A maioria desses despertares será breve e você nem se lembrará deles. É mais provável que as pessoas se recordem de terem acordado na segunda metade da noite, que é quando normalmente há estágios REM mais longos e sono leve, enquanto na primeira parte ocorrem estágios mais longos de sono profundo.

A duração e o número de ciclos de sono variam de pessoa para pessoa e de noite para noite, a depender de diversos fatores, como idade, consumo de álcool, cafeína, ansiedade, presença de dor, padrões de sono recentes e distúrbios de sono.

O padrão dos ciclos muda muito ao longo da vida. Recém-nascidos entram no sono REM pouco depois de adormecer e passam muito mais tempo nele (cerca de 50% da noite). O sono das crianças vai ficando mais parecido com o dos adultos à medida que crescem - elas alcançam o padrão adulto em torno dos 5 anos. Com o envelhecimento, acontece o contrário. Em idosos, o tempo de sono REM diminui.

Os sonhos podem ocorrer em todas as fases do sono e chegam a ocupar um total de duas horas do seu sono por noite. Mas, geralmente, são mais comuns, vívidos e intensos durante o REM. Veja abaixo o que acontece com nosso corpo durante cada um dos quatro estágios do sono.

ESTÁGIOS DO SONO

N1 - Essa é a transição da vigília para o sono, acontece logo que você adormece. Essa fase dura pouco tempo, de um a cinco minutos, e é um sono leve. Os batimentos cardíacos, a respiração e os movimentos dos olhos ficam lentos, e seus músculos começam a relaxar, com espasmos ocasionais. As ondas cerebrais começam a mudar, segundo informações do Instituto do Sono.

N2 - Essa é uma fase intermediária entre aquele sono leve inicial e um sono mais profundo. Os batimentos cardíacos desaceleram e a respiração se acentua, a temperatura do corpo cai e acaba  o movimento dos olhos. "A atividade das ondas cerebrais diminui, mas é marcada por breves surtos de atividade elétrica distinta, que ajudam você a não acordar com um estímulo externo. Na primeira vez que esta fase acontece à noite, ela dura de 10 a 25 minutos. Nos próximos ciclos, a duração aumenta. Na soma dos ciclos, você passa cerca de metade da noite nesse estágio de sono", informa o Instituto do Sono.

N3 - Esse é o sono profundo. O corpo todo fica mais relaxado e as ondas cerebrais mais lentas. Ruídos, luz e outros estímulos exteriores não lhe acordam facilmente. Quando ocorre pela primeira vez à noite, essa etapa dura entre 20 e 40 minutos. Depois é mais curta. Pesquisas apontam que esse sono é especialmente importante para a secreção do hormônio de crescimento, para a criatividade, a perspicácia e a imunidade.

REM - Em adultos, o sono REM só ocorre pela primeira vez depois de cerca de 90 minutos dormindo e se repete várias vezes ao longo da noite, com duração cada vez maior, podendo chegar perto de uma hora. É marcado pelos sonhos. Você sai do sono profundo e eventos fisiológicos acontecem: os olhos se mexem de um lado para o outro, as ondas cerebrais são parecidas com as de quando está acordado, respiração fica mais rápida e a frequência cardíaca e a pressão arterial aumentam para níveis próximos ao de vigília.

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