BAURU

Com lotação máxima, cemitério do Distrito de Tibiriçá é ampliado

Por Guilherme Matos | da Redação
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Guilherme Matos
Cemitério de Tibiriçá onde foram construídos os novos jazigos
Cemitério de Tibiriçá onde foram construídos os novos jazigos

O Cemitério São Pedro em Tibiriçá, mais antigo que o próprio Distrito de Bauru, ficou sem espaço para sepultar seus mortos. De acordo com o vereador Pastor Bira (Podemos), uma família perdeu um de seus entes no mês passado e não pôde enterrá-lo na comunidade onde mora e que abriga cerca de 3 mil habitantes. A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb), porém, já construiu seis novos jazigos com duas gavetas cada e informou que a ampliação estava programada e licitada anteriormente.

"O presidente da Emdurb se comprometeu a concluir as obras no cemitério Redentor, em Bauru, e iniciar os trabalhos em Tibiriçá", disse o parlamentar. A demora para construção desses novos jazigos foi por conta de uma confusão na interpretação da lei, segundo a própria empresa municipal. De acordo com ela, havia um entendimento de que os espaços só poderiam ser concedidos às famílias que apresentassem atestado de óbito. Porém, nestes casos, a legislação prevê apenas prioridade.

Ou seja, a Emdurb pode construir jazigos "a mais" para atender famílias que queiram "reservar" um local. Por conta da mudança da interpretação, a empresa pública passou a ampliar os jazigos não só em Tibiriçá, mas também em outros cemitérios de Bauru.

CORPOS NO SOLO

Por lei, desde 2016, a construção de jazigos é obrigatória para que ocorram sepultamentos. Em Bauru, incluindo Tibiriçá, existem corpos enterrados (com caixão) direto nas covas, mas todos anteriores ao regramento. Por conta disso, a Emdurb notificou e segue contatando as famílias que fizeram enterros nestas condições solicitando a exumação de corpos e correção da situação.

"O desafio é solicitar ou notificar as famílias que têm entes queridos enterrados no local para, assim, construir o jazigo adequado para essas pessoas. O problema é que muitas dessas famílias já deixaram a cidade ou desapareceram. Têm corpos muito antigos no local", afirma Pastor Bira. O cemitério inclusive data de 1910 — nove anos antes da fundação de Tibiriçá em novembro de 1919.

O vereador promete encaminhar um ofício para saber o andamento da notificação das famílias que devem proceder com a exumação.

MORTE NO ENLACE

O Cemitério São Pedro, onde a reportagem do JC/JCNET esteve, conta com um túmulo conhecido: o da "Noiva". A mulher sepultada no local é protagonista de uma das histórias mais impressionantes, até mesmo assustadoras, de Tibiriçá. Reza a lenda que a jovem se preparava para seu casamento e, justamente no dia da celebração, o mais feliz de sua vida, ela caiu da escada de um casarão, quebrou o pescoço e morreu.

Após a morte, há quem diga que ela passou a vagar vestida de noiva pedindo aos transeuntes para retirarem seu véu. No jazigo consta o nascimento dela em 20 de março de 1920 e a data de morte em 12 de outubro de 1941. Ou seja, morreu com 21 anos.

Em maio de 2005, o Jornal da Cidade publicou a matéria: "Em Tibiriçá, a lenda da noiva assusta os cavaleiros". Nela, relatos colhidos pela reportagem informaram que a mulher aparece próximo à linha de trem, próximo a figueira de uma propriedade rural, entre 22h e 23h.

Quem contou a história foi o morador Carlos Pacheco Gonçalves. "Teve um sujeito que eu conheço que ficou duvidando da história e foi testar. Quase morreu quando viu a noiva. O cavalo disparou e ele tentou olhar de novo e não viu a moça", narrou o homem.

Ele também conta que, até hoje, não passa pelo local depois que o sol se põe. Outro morador de Tibiriçá também conta outra versão: "Eu ouvia dizer que ela aparecia no quintal do casarão".

Foto mostra rosto da noiva, que morreu aos 21 anos (foto: Guilherme Matos)
Foto mostra rosto da noiva, que morreu aos 21 anos (foto: Guilherme Matos)

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