"O circo não tem dono. Todos nós somos funcionários do Império Cirkus". É assim que Tiago Rios da Silva, 47 anos, define sua relação com a companhia de artistas fundada por seu pai em 2010 e que é gerenciada pela família até hoje. Isso porque, conforme ele explica, o trabalho no picadeiro exige a dedicação de uma vida inteira e o que o motiva a superar desafios pode ser resumido em quatro letras: amor. Essa mesma ideia é compartilhada por sua esposa, pela sobrinha e pela irmã, conforme o JCNET constatou no local onde estão, na avenida Jorge Zaiden.

Quanto tinha 76 anos, Adão Santos da Silva, conhecido neste mundo como Peri, fundou o Império Cirkus. E foi a realização de um sonho. Hoje, sob a lona, quem acompanha o espetáculo aproveita apresentações das mais variadas e típicas: o circo conta com contorcionistas, equilibristas, acrobatas, palhaços, arqueiro e globo da morte. O Homem Aranha, Mickey e Minnie e Baby Shark também participam para alegrar a criançada.

Para apresentar um show tão vasto, é preciso uma rotina exigente. Tiago conta que seu pai viu a família crescendo e temeu que esse cotidiano de tanto esforço pudesse separar os parentes, como acontecia com outros empreendimentos. Com essa preocupação, o Império foi criado em um modelo gerido pela família, mas sem um dono.

Desafios

Cada um dos familiares realiza uma parte do trabalho de gestão e precisa assumir múltiplas funções para que o show possa continuar. Um exemplo é o próprio Tiago, que além de lidar com toda a burocracia envolvida na documentação necessária para garantir a apresentação País afora, também é motorista, monta a estrutura do circo e, depois, entra no picadeiro como o Palhaço Lesco Lesco, o locutor da apresentação.

Ele conta com o apoio de sua irmã Brasilina Rios da Silva, 44 anos, conhecida como Pepa, para fazer a divulgação, panfletagem nas escolas e procurar parcerias com empresas da cidade que será visitada. A esposa de Tiago, Elaine Maria dos Santos, 48 anos, trabalha na fabricação dos figurinos utilizados pelos artistas. Isso tudo enquanto se desdobram nos papéis de pais.

Eles contam com alguns colaboradores, mas dizem também que é cada vez mais difícil achar bons profissionais. De acordo com Elaine, 90% dos serviços são realizados pelos próprios familiares.