OPINIÃO

Escolas democráticas

Por Wellington Anselmo Martins |
| Tempo de leitura: 2 min
Doutorando em Educação para a Ciência (Unesp/Bauru)

O Brasil ainda não resolveu o seu problema com a educação. O modelo brasileiro de escola ainda está aberto e sendo debatido. Sabendo disso, é preciso salientar que a Constituição Federal do Brasil, de 1988, garante um país democrático no qual as pessoas são livres e, por isso, as escolas devem refletir esses valores brasileiros fundamentais.

No mundo, há vários modelos escolares democráticos, criativos, focados no desenvolvimento da autonomia dos alunos. Por isso, as escolas brasileiras podem se inspirar nesses modelos de sucesso, a exemplo da Summerhill School, da Escola da Ponte, da escola finlandesa, etc. Todas essas escolas estimulam a criatividade e a livre iniciativa dos seus alunos, por isso elas dialogam profundamente com os princípios democráticos constitucionais brasileiros.

Essas educações, que podem servir de inspiração para mais e mais escolas brasileiras, não se resumem a objetivos disciplinadores ou tecnicistas. Em todas essas escolas, a figura do professor deve ser valorizada e as regras devem ser cumpridas, porém, para além desse básico normativo, o ideal maior está na consciência da liberdade com responsabilidade que o aluno desenvolve mesmo diante das autoridades e das leis.

Também a técnica, a ciência e a profissionalização são importantes nessas escolas exemplares, mas o desenvolvimento humano é visto de modo integral: corporal, afetivo, moral, social, etc. Tais educações, então, não servem para formar mão de obra submissa, mas para desenvolver seres humanos até o seu máximo potencial, profissional e cidadão, para a vivência cultural plena: artes, esportes, filosofias, ciências, tecnologias, religiões, senso comum democrático etc.

Portanto, não faltam bons exemplos de escolas estrangeiras para inspirar a escola brasileira. As experiências democráticas internacionais garantem que o Brasil das próximas décadas não precisará inventar a roda pedagógica da compreensão de como desenvolver bem os seus alunos para serem pessoas livres, criativas, produtivas, socialmente responsáveis e felizes. Basta que saibamos dos riscos autoritários que precisamos evitar, dos falsos atalhos tecnicistas, que massificam e apequenam os nossos alunos.

Assim, o diverso e miscigenado povo do Brasil, que demonstra um potencial único para a alegria e a criatividade, logo criará uma notável escola democrática brasileira que, inclusive, no futuro, poderá ter uma identidade tal que também irá inspirar os outros países que amam a democracia, a liberdade e a criatividade humanas.

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