COLUNISTA

A gente era feliz e não sabia

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Neste último domingo de agosto a Igreja comemora o Dia Nacional do Catequista para lembrar-nos do dever de gratidão que devemos ter para com os Catequistas de nossas comunidades e de rezar por eles e seus familiares. Bem como da obrigação de suplicar a Deus que desperte sempre mais no seio de nossas famílias vocações para a missão de Catequista.

Segundo o Diretório Geral para a Catequese, Catequistas são aqueles fiéis membros do Povo de Deus especificamente chamados e preparados para desenvolverem a delicada missão de transmitir a fé no seio da comunidade principalmente a crianças, mas também a jovens e adultos. Depois que eles tenham demonstrado disposição e possibilidade de dedicar tempo razoável de suas vidas à atividade catequética na Paróquia, eles são investidos oficialmente no ministério da Catequese. Naturalmente eles são pessoas de reconhecida maturidade humana, de equilíbrio afetivo e psicológico, de fé firme e espiritualidade sólida, de engajamento na Igreja. Os Catequistas são, em suma, pessoas dispostas a permanecerem em constante processo de formação na Escola do Mestre e a buscarem continuamente o crescimento na santidade pelo cultivo da vida de oração, na escuta da Palavra de Deus, na vivência dos sacramentos e na devoção mariana. Os Catequistas são para os seus catequizandos mais do que professores que ensinam os conteúdos da fé e mais do que educadores que constroem o caráter, mas são mestres, inspirados no Divino Mestre, que formam cristãos autênticos, verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo. Por isso eles cumprem a sua missão mais pelo testemunho de vida de fé e de oração do que pela arte do saber falar.

Deve vir, então, à nossa mente a lembrança de tantos Catequistas, sejam os que marcaram a nossa vida porque foram nossos Catequistas, sejam os que conhecemos atuando em nossas comunidades. Eu mesmo me lembro da minha primeira Catequista que foi a própria Professora da Escola Rural no bairro do Dourado, em Pirajuí/SP, onde nasci. Lá na roça ela vinha da cidade para alfabetizar e ao mesmo tempo catequizar. Aquela professorinha, Dona Brasilina, foi ao mesmo tempo a nossa catequista. O Padre veio na véspera para as confissões e no dia seguinte voltou para a Santa Missa festiva da primeira Comunhão Eucarística. Como escreveu o poeta, tudo isso ficou guardado nas retinas cansadas como também nas memórias saudosas do coração, permitindo-me hoje poder afirmar que "naquele tempo a gente era feliz e não sabia".

Nas leituras bíblicas da Santa Missa deste domingo, primeiramente, ouvimos no trecho do Livro de Josué, Js 24,1-2a.15-17.18b, que depois da entrada de Israel na posse da Terra Prometida por Deus, o próprio Josué convocou uma assembléia solene e interpelou os Israelitas a um duplo juramento. Renegar os ídolos de sempre, as divindades pagãs do povo dominador na região, e declarar a "servir o Senhor", renovando a Aliança com o Senhor que foi feita pelos antepassados no sopé do Monte Sinai (cf. Ex 19,24). Josué deu o seu testemunho, dizendo: "Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor... Portanto (responderam os Israelitas), nós também serviremos ao Senhor, porque Ele é o nosso Deus". Embora fosse povo eleito de Deus, lembramos, contudo, das suas traições e infidelidades não poucas vezes ocorridas na história de Israel. Depois, na segunda leitura, Efésios 5,21-32, São Paulo ensina que o matrimônio cristão revela o carinho de Cristo por sua Igreja, ou seja, é imagem do amor de Cristo pela Igreja. Portanto, se torna sinal eficaz da graça de Deus; é um Sacramento. Finalmente, segundo ouvimos no Evangelho deste domingo, Jo 6,60-69, muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram acharam muito duras as palavras de Jesus, quando os tinha convidados a comer de sua carne e a beber do seu sangue. E, por isso, não compreendendo se afastaram. Pedro e os onze, porém, renovaram a sua confiança nas palavras do Mestre. Jesus lhes perguntou: "Vós também vos quereis ir embora?" Simão Pedro, porém, respondeu: "A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o santo de Deus". Somos convidados neste domingo a responder a estas perguntas: "a quem servir?", "a quem ir?", "o que é ser fiel?"

Prezado leitor e leitora, O Dia Nacional do Catequista convida você a lembrar-se com gratidão e afeto da sua Catequista. Foi ela quem ensinou a você o "be-a-bá" da fé que o sustenta firme e sereno na fé em Deus, em Jesus e na Igreja.

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