OPINIÃO

Tática é mudar de cor, credo e raça para ganhar a eleição

Por Gregório José |
| Tempo de leitura: 2 min
Jornalista

Ah, a política brasileira, essa verdadeira "colcha de retalho", onde o que importa não é o que você é, mas sim o que você pode ser para ganhar uns trocados a mais. É uma dança das cadeiras, ou melhor, das cores, onde os candidatos se tornam verdadeiros camaleões, mudando de pele a cada eleição como se estivessem em uma liquidação de identidades.

Muitos candidatos atuais são verdadeiros "Metamorfos". Isso mesmo! Eles promovem a auto evolução conveniente da "Identidade Racial" para terem dinheiro para suas campanhas e conseguirem algum cargo futuro.

Vamos lá, na última eleição você era branco, na seguinte pardo, e agora, quem diria, descobriu que é descendente de quilombola. Tudo isso só porque o ancestral de quinto grau do lado esquerdo da família do bisavô tinha uma mancha na pele que foi confundida com melanina. E não me venha com essa de que foi erro do sistema, porque o sistema pode até errar, mas nunca erra a favor do pobre. A mágica só acontece quando o jogo envolve poder e, claro, o precioso fundo partidário.

Temos o exemplo clássico do candidato de Uberlândia, que em 2020 mal sabia ler e escrever, mas, com o avanço da tecnologia e dos fundos eleitorais dois anos depois na busca por uma cadeira de deputado tinha curso "Superior completo" (Seria EAD?). Agora, em 2024, (o mesmo) ele retrocedeu no tempo e voltou a ter ensino fundamental incompleto. Ou é um verdadeiro gênio ou um nostálgico da infância, só pode.

E não é só isso! O prefeito de São José do Divino que se dizia branco na eleição passada agora se olha no espelho e vê um homem negro. É a descoberta tardia da identidade, ou talvez seja apenas a descoberta de que dinheiro não tem cor, mas tem destino certo. Já em Nova Venécia, o prefeito trocou de pardo para preto, mas foi um erro, claro, só que um erro bem conveniente.

É uma confusão que faria Darwin arrancar os cabelos. Em um país onde a evolução acontece de acordo com a conveniência do momento, a seleção natural foi trocada pela seleção do partido. Aqui, o Darwinismo político se adapta às novas regras eleitorais como quem troca de camisa - ou de cor, ou de raça, dependendo de onde vem a verba.

E os tataranetos de indígenas, que só descobriram suas raízes depois de consultarem o IBGE do bolso? Só faltou o teste de DNA na beira da urna. Não se preocupe, se você é brasileiro, sempre há uma tribo ou quilombo à espera de ser encontrado no seu passado. Afinal, genealogia aqui é uma ciência flexível, moldada ao sabor do vento e dos votos.

Enquanto isso, o pobre eleitor, esse sim, permanece inalterado: negro, pardo, branco ou indígena, ele continua sendo a peça mais preciosa do jogo. Mas só até as urnas fecharem, porque depois disso, meu caro, a cor que mais importa é a do dinheiro, e essa, convenhamos, nunca muda.

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