POLÍTICA

CEI do Hacker vai se reunir com Derrite no final do mês

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Guilherme Matos
Walmir Henrique Vitorelli, sob investigação e alvo da CEI
Walmir Henrique Vitorelli, sob investigação e alvo da CEI

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o episódio envolvendo a contratação do hacker Patrick César da Silva Brito para espionar desafetos do governo Suéllen Rosim (PSD), negociação que teria sido intermediada pelo cunhado da mandatária, Walmir Vitorelli, deve se reunir com o secretário Guilherme Derrite, titular da Segurança Pública de SP, no final de julho.

A informação consta de resposta da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) direcionada ao presidente da CEI, José Roberto Segalla (União Brasil), que convocou reunião extraordinária dos integrantes da comissão para a tarde desta sexta-feira (5).

Além do encontro com Derrite, previsto para 30 de julho, a CEI também acatou o pedido do vereador Eduardo Borgo (Novo) para solicitar acesso à ação penal em que se quebrou o sigilo bancário do hacker Patrick.

O processo é de 2022 e tramitou na 2.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Capitais de São Paulo. É nestes autos que está o extrato bancário que aponta para a movimentação milionária de Patrick através da conta bancária de um parente.

E é nestes autos também que constam as aplicações em títulos de Certificado de Depósito Bancário (CDB) que Patrick diz ter recebido para monitorar a maior parte dos vereadores de Bauru, além do vice-prefeito Orlando Costa Dias (PP).

Como noticiou a coluna Entrelinhas na sexta, a prática de pagamento através de CDBs dificulta o rastreamento da origem dos valores - mas não torna impossível. A Polícia Civil de Araçatuba diz que "não foi possível identificar os responsáveis pelas aplicações".

As primeiras aplicações teriam sido feitas em 18 de julho de 2021. O segundo em 22 de setembro e o restante em dezembro. Em todas as ocasiões, Patrick sacava o dinheiro no dia seguinte. Não se sabe até o momento se o Santander informou ou não a Polícia de Araçatuba sobre o rastreamento dos valores. - hipótese sobre a qual a CEI também vai se debruçar.

O hacker ratificou as informações sobre o recebimento em títulos bancários em entrevista à rádio AuriVerde na quinta-feira (4). "Não foram só R$ 1.500,00", afirmou Patrick durante o programa da emissora, em referência ao valor que Walmir teria pago a ele através de uma casa de câmbio.

Suéllen, por sua vez, reiterou na manhã desta sexta-feira (5) que não tem envolvimento com a suspeita que atinge seu cunhado Walmir Vitorelli.

A mandatária foi questionada durante entrevista ao programa Café com Política (leia mais na página 2) sobre se o rastreamento das aplicações levará a seu nome e disse que "eu não tive acesso ao conteúdo e jamais vou bater palma para um maluco" e que "não existe a menor possibilidade de que eu perca tempo ou recurso [com isso]". A prefeita afirmou também que "a gente precisa falar de cidade" .

"O que isso tem a ver com o que a gente pode produzir por Bauru?", indagou.

Uso indevido de estrutura do Estado será punido, diz Tarcísio de Freitas

Em coletiva de imprensa em Lençóis Paulista, na primeira agenda do governador na região, na quinta-feira (5), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que agentes públicos envolvidos em quaisquer irregularidades serão punidos. O governador foi questionado pelo repórter Alexandre Colim a respeito do caso hacker e disse que "havendo a constatação de que a estrutura do Estado foi utilizada indevidamente, esses agentes serão punidos". "A punição neste caso, na área administrativa, é a demissão, sem prejuízo de desdobramentos na esfera criminal", afirmou o governador. "Não vamos tolerar desvio de conduta", complementou.

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